Uma linha aérea, uma construtora e duas SAD no último ano lançaram emissões obrigacionistas para tentar obter financiamento junto de investidores de retalho com apetite pelo risco. O lançamento da OPS da SIC segue o mesmo racional.
“O retalho está carente de aplicações, num contexto de juros muito baixos. Assim, a SIC terá visto a oportunidade de se financiar por esta via, num contexto de mercado favorável”, explica Filipe Garcia, economista da IMF-Informação de Mercados Financeiros.
A taxa de juro nas obrigações, que têm maturidade em 2022, é de 4,5%, um valor relativamente perto dos das recente emissões, incluindo a da TAP que está ainda em curso.
“A taxa é atrativa para o retalho, por comparação com as alternativas tradicionais, mas que têm muito menos risco”, diz Garcia, referindo-se a opções como planos de poupança, depósitos a prazo e produtos de dívida soberana como certificados.
Adianta, no entanto, que o facto de as audiências da SIC estarem com uma evolução positiva poderá dar ao retalho a sensação de menor risco da operação.
O economista refere que as emissões deste tipo têm tido sucesso e “é provável que assim volte a suceder”, sublinhando ainda que “a operação permitirá diminuir a dependência da banca como fonte de financiamento”.
Em julho de 2017, a Impresa, ‘casa-mãe’ da SIC, cancelou uma emissão obrigacionista destinada a institucionais, citando alterações no setor dos media e o impacto no sentimento dos investidores.