A Palestina vai receber um convite para participar na próxima cimeira dos BRICS, federação dos países emergentes (principalmente) do Sul Global, que terá lugar na Rússia, no outono, disse o líder palestiniano Mahmoud Abbas à agência russa TASS, após uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin. "Discutimos a nossa visão sobre o possível desenvolvimento de eventos no futuro próximo e ao que isso pode levar em tempos tão complicados", disse Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana – que governa a Cisjordânia.
"Certamente também discutimos as relações bilaterais, porque desfrutamos de uma relação estratégica de longa data com a Rússia", continuou o líder palestiniano. "É por isso que discutimos os laços bilaterais entre a Rússia e a Palestina, as relações que sempre apoiámos solidamente, tanto durante as reuniões pessoais quanto ao nível das conversas telefónicas. Discutimos perspetivas para o desenvolvimento futuro." "Também discutimos os BRICS. Chegámos a um acordo verbal de que a Palestina seria convidada a participar no fórum no formato de 'divulgação'", acrescentou Abbas.
Recorde-se que a Rússia assumiu a presidência rotativa (por um ano) dos BRICS em 1 de janeiro deste ano. A presidência organizou, segundo a mesma fonte, mais de 250 eventos diferentes, sendo a cimeira de Kazan, em outubro próximo, o acontecimento central.
Desde a sua criação em 2006, os BRICS passaram por duas fases de expansão: em 2011, a África do Sul juntou-se ao grupo original, que incluía Brasil, Rússia, Índia e China. Em janeiro de 2024, cinco novos membros entraram oficialmente no BRICS: Egipto, Irão, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia. O agregado tem sido usado pela Rússia para manter uma posição no cômputo internacional – num quadro em que os países da Euro-América (do Norte) praticamente cortaram relações com o Kremlin, depois da invasão da Ucrânia.
Entretanto, as forças russas asseguram ter assumido o controlo da situação na região fronteiriça de Kursk “e o inimigo está a ser expulso das províncias ocupadas”, segundo o vice-chefe do Departamento Político-Militar das Forças Armadas russas, major-general Apty Alaudinov. De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Defesa da Rússia, o exército ucraniano perdeu até 1.610 militares, 32 tanques e 23 veículos blindados desde o início das suas ações militares na região de Kursk.
Do outro lado, as notícias são ‘levemente’ diferentes. Apesar dos reforços russos, a Ucrânia voltou a atacar com drones a região de Kursk, movimento que estendeu à região de Belgorod – já anteriormente atacada e que estes dias se tem mantido em regime de alerta. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reivindicou esta terça-feira o controlo de 74 localidades em território russo, onde as suas forças desencadearam na semana passada uma ofensiva que implicou a retirada de dezenas de milhares de civis.
Unidades do Exército russo, incluindo novas reservas, aviação, equipas de ‘drones’ e forças de artilharia impediram os grupos móveis ucranianos de aprofundarem o seu avanço na Rússia, perto das localidades de Obshchy Kolodez, Snagost, Kauchuk e Alexeyevsky, na província de Kursk, indicou o ministério da Defesa russo em comunicado citado pela Lusa. Os militares ucranianos asseguram que continuam a garantir o controlo de mil km2 de território russo. Mas um porta-voz do exército ucraniano, Dmytro Lykhoviy, alegou, em declarações ao “Politico”, que o ataque ucraniano levou a Rússia a retirar do território ocupado na Ucrânia "um número relativamente pequeno" de unidades.