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Vieira da Silva, mulher artista futurante

Maria Helena Vieira da Silva, uma das maiores artistas portuguesas do séc. XX, tem retrospetiva no Guggenheim Bilbau e um novo capítulo em Lisboa.

O Museu Guggenheim, situado nas margens do rio Nervión, em Bilbau, Espanha, destaca-se pelas suas formas curvilíneas complexas. A plasticidade do edifício é inegável. Desejada e alcançada pelo seu autor, o arquiteto canadiano Frank Gehry, lembra, metaforicamente falando, a capacidade do sistema nervoso de mudar ou de se adaptar ao longo do desenvolvimento e quando é sujeito a experiências ou estímulos novos.
Estímulo visual é, também, o que provoca no observador a obra de Maria Helena Vieira da Silva, que, até 22 de fevereiro de 2026, tem uma grande retrospetiva precisamente no Museu Guggenheim Bilbau, com curadoria de Flavia Frigeri, diretora de Coleções da National Portrait Gallery, de Londres. “Maria Helena Vieira da Silva: Anatomia do Espaço” esteve primeiro em Veneza, na Peggy Guggenheim Foundation, e dá-se agora a conhecer em Bilbau, em oito secções temáticas, que agregam obras basilares de Vieira da Silva num ‘trajeto’ que permite um melhor entendimento da evolução da linguagem visual da artista.
A relação entre oespaço e a obra será um vetor de interesse adicional. Como será o encontro entre a arquitetura de Gehry e as obras de Vieira da Silva? A resposta ficará do lado do leitor-visitante. O que podemos dizer é que a exposição analisa os momentos essenciais da carreira de Vieira da Silva desde a década de 1930 até ao fim da de 1980. E que dá especial atenção ao seu interesse pelo espaço arquitetónico, onde dissipou as fronteiras entre paisagens urbanas reais e imaginárias e foi mais além das referências formais à cultura visual portuguesa e a movimentos de vanguarda como o cubismo e o futurismo.
De Bilbau para Lisboa, recordamos que a sua linguagem pictórica única é, de novo, ponto de partida para o último capítulo de “331 Amoreiras em Metamorfose”, o projeto iniciado por Nuno Faria, o novo diretor do Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva. Em exibição até 31 de dezembro, desenha “um círculo perfeito que se inscreve entre duas pinturas de Vieira da Silva: Le Retour d’Orphée (1982–1986) e Vers la Lumière (1991)”. Sempre em diálogo com obras de outros artistas, entre eles Frida Baranek, Ilda David’, Inez Teixeira, Manuel Rosa, Maria Capelo, Rui Toscano, Sara & André.

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