Skip to main content

Vacina da covid-19: Injeção de esperança, urgência e incerteza

Todas as notícias sobre uma vacina eficaz para a Covid-19 misturam uma dose de esperança com outra de medo, numa solução de grande incerteza, onde o fator tempo (escasso) é um risco que ninguém sabe ao certo se vale a pena ser corrido. Mais do que qualquer abordagem estruturada, a procura da vacina parece ser uma corrida num labirinto: é preciso tentar em todas as direções, bater na parede, voltar para trás e ter esperança de que um dos caminhos alternativos vá ter à solução.

No passado dia 3 de agosto, o presidente da Organização Mundial de Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus – tratado como um inimigo pelo presidente Donald Trump – disse ao mundo que era bem possível que a humanidade não pudesse contar nunca com uma vacina eficaz contra a SARS-CoV-2, mais intimamente conhecida por Covid-19. É bem possível que tenha havido uns segundos de silêncio entre a audiência, numa repentina imagem da derrota da espécie mais inteligente do planeta contra um vírus intensamente invisível e intensamente mutante. A perspetiva de uma espécie de vida eterna em contacto com uma coisa que nos faz guerra mas que nós não podemos identificar pelos nossos próprios meios é uma antecâmara de um inferno que ninguém esperava.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico