O aumento do populismo tem uma ligação direta a fatores económicos, sejam eles seculares, como o comércio e a automação, sejam aqueles que derivam de crises, de que foi exemplo o aumento do desemprego ou a austeridade associada à crise das dívidas soberanas. O argumento, citado pelos economistas Sergei Guriev, da Sciences Po, e Elias Papaioannou, da London Business School, no paper “The Political Economy of Populism”, publicado esta semana, não permite ainda respostas fechadas, mas dá algumas pistas sobre o impacto que a recessão económica que atinge o mundo, em consequência da pandemia, poderá ter na onda populista que atingiu a política mundial nos últimos anos. Porém, pela primeira vez na história recente, entra também na equação o fator “pandemia”, cuja capacidade de gestão e controlo dos governos terá peso na hora da escolha dos eleitores.