Quase 72 anos depois do Plano Marshall – convém manter em perspetiva que o projeto, apesar de Jean Monnet e Konrad Adenauer, conserva a paternidade da Comunidade Económica Europeia –, Donald Trump foi o primeiro presidente dos EUA a ensaiar o corte do cordão umbilical que uma guerra europeia, caricatura do Império Romano e cópia do sonho de Napoleão, tornou aceitável. Nunca o seria, se as metástases da Segunda Guerra Mundial não tivessem transformado a Europa, berço da civilização, num deserto de máquinas de guerra por onde vagueavam refugiados calcinados pelo sonho insensato do império.