Na 10.ª edição do relatório UBS Billionaire Ambitions 2024, é feita uma retrospetiva completa dos últimos 10 anos, identificando as principais tendências e a evolução do património dos bilionários.
De 2015 a 2024, o relatório descreve o crescimento e o investimento das grandes fortunas, a forma como são preservadas para as gerações futuras e como são utilizadas para gerar um impacto positivo na sociedade.
Seja mudando de país na sequência da pandemia de Covid-19 ou adotando uma abordagem mais estratégica da filantropia, o que é certo é que a riqueza dos bilionários está em movimento.
Entre as principais conclusões está a revelação de que, desde 2015, a riqueza total dos bilionários aumentou 121% a nível mundial, atingindo os 14 biliões de dólares.
Os bilionários superaram os mercados bolsistas ao longo de 10 anos. Para efeitos de comparação, o MSCI AC World Index registou um ganho percentual inferior de 73% nesse período.
Um bilionário é quem possui uma fortuna avaliada entre um bilião e um trilião de euros, dólares ou outra moeda (um multimilionário possui uma fortuna igual ou superior a dois milhões e inferior a um bilião; e o milionário possui uma fortuna entre um milhão e dois milhões).
O UBS diz também que, desde 2015, o número de bilionários cresceu mais de 50%, de 1.757 para 2.682. Mas este aumento da riqueza estabilizou em 2020, nomeadamente porque as condições económicas obrigaram os empresários bilionários da China a fazerem cortes, o que provocou o abrandamento da tendência global.
O estudo não se refere ao caso da Rússia, onde muitos bilionários sofreram sanções do Ocidente.
A 10.ª edição do relatório UBS Billionaire Ambitions 2024 revela que “não é de surpreender que a riqueza dos bilionários do sector tecnológico tenha crescido mais rapidamente nos últimos 10 anos, mas o progresso dos seus pares do sector industrial é menos esperado”.
A riqueza dos bilionários do sector tecnológico triplicou, passando de 789 mil milhões de dólares em 2015 para 2,4 biliões de dólares em 2024. Entretanto, os bilionários do sector industrial aumentaram a sua riqueza de 480 mil milhões de dólares para 1,3 biliões de dólares.
O estudo do UBS revela também que, desde 2020, os bilionários mudaram de país com mais frequência, tendo 176 mudado de país, de uma população total de 2.682 em abril de 2024. No total, bilionários que representam mais de 400 mil milhões de dólares emigraram em quatro anos.
O banco salienta ainda que "o número de bilionários que mapeamos subiu de 1.757 para 2.682".
Por outro lado as famílias de bilionários aumentaram nos últimos 10 anos. Segundo as estimativas do banco suíço, o número de filhos dos bilionários aumentou de 4.136 em 2015 para 6.441 em 2024.
Além disso, o estudo revela que, nos próximos 15 anos, os herdeiros dos bilionários da geração baby boom e as suas causas filantrópicas favoritas herdarão cerca de 6,3 biliões de dólares. Este valor é superior ao previsto em 2023 porque mais bilionários atingiram a idade de 70 anos e os valores dos ativos aumentaram.
Outra das conclusões é relacionada com donativos. Menos de metade (46%) dos clientes bilionários do UBS que responderam ao inquérito de 2024 deram dinheiro há 10 anos; hoje, mais de metade (56%) fá-lo.
“Durante 10 anos, o relatório tem registado o crescimento e o investimento de grandes patrimónios, além da forma como estes estão a ser preservados para as gerações futuras e como costumavam ter um efeito positivo na sociedade”, refere Benjamin Cavalli, Responsável de Clientes Estratégicos do UBS Global Wealth Management. “Esta edição do décimo aniversário faz uma retrospetiva das conclusões do relatório dos últimos 10 anos para identificar os principais desenvolvimentos na riqueza bilionária.”
Os especialistas da UBS, Benjamin Cavalli, Michael Viana e Maximilian Kunkel, vão esta quinta-feira debater o tema numa mesa redonda virtual, abordando as diferenças claras nas opiniões dos bilionários sobre as oportunidades e os desafios empresariais, bem como sobre o legado entre a primeira geração, as gerações sucessivas e as gerações futuras.
O UBS desde 21 de outubro já está licenciado para exercer atividades bancárias e financeiras em Portugal, nem é supervisionado pelos reguladores portugueses (Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários).