Paula Amorim herdou uma fortuna do pai, apelidado o 'rei da cortiça' que tinha vindo de origens humildes, e fez o seu caminho a pulso. Hoje lidera várias empresas e teve no pai Américo Amorim (homem mais rico de Portugal aquando da sua morte em 2017) o seu maior julgamento, mas também um dos maiores exemplos de vida.
A empresária lidera o categoria de Energia, com um total de 86 pontos, mas também o ranking das mulheres portuguesas mais poderosas dos negócios, realizado pela revista Forbes Portugal. Este é o segundo ano consecutivo em que Paula Amorim assegura o primeiro lugar do pódio.
Sem sotaque nortenho, mesmo tendo nascido no Porto, estudou Gestão Imobiliária na Escola Superior de Atividades Imobiliárias (ESAI). Interrompeu momentaneamente o curso para se dedicar aos negócios familiares, onde começou, precisamente, pela área imobiliária. Posteriormente dedicou-se a outras temáticas como florestal e agrícola, energia e, mais recentemente, o luxo.
Iniciou o seu percurso no grupo Américo Amorim quando tinha 20 anos.
Mais tarde, em 2005, fez nascer a Amorim Fashion com a aquisição da Fashion Clinic. Foi este passo no seu percurso profissional onde já afirmou, por diversas vezes, que começou a trilhar o seu próprio caminho e abraçou aquele que considera ser o maior risco que já correu na vida, o julgamento do seu líder, Américo Amorim.
Este passo dado por Paula Amorim aconteceu no mesmo momento em que Américo Amorim comprou a Galp, aos 70 anos. "Era o momento dele, era a vida dele e eu tinha de fazer o meu percurso. Na altura, sem suporte familiar e sem suporte financeiro, porque não foi decisão bem acolhida", apontou recentemente numa conferência na Nova SBE.
E qual a razão de ter sido um passo arriscado? Deu como garantia as ações que tinha na holding familiar para conseguir ter financiamento para avançar com a compra da Fashion Clinic e a fundação da Amorim Fashion.
Em 2010 fez nascer o grupo Amorim Luxury, em conjunto com o pai. A este grupo de luxo pertencia o franchising da Gucci e também 25% da Tom Ford. Entretanto este último ativo já se dissipou, com a venda de 15% à Zegna e os restantes 10% à Estée Lauder, onde conseguiram encaixar 270 milhões de euros.
Chegou à Galp em 2012, quando o pai assumiu a presidência da empresa ao substituir Murteira Nabo. Nesta altura, ocupou o cargo de administradora não-executiva, e teve direito a um salário anual superior a 45 mil euros.
Ainda antes da morte do pai, em 2016, chegou à presidência da Galp através da participação que a Amorim Energia tinha na petrolífera (através da Power, Oil & Das Investments BV e Amorim Investimentos Energéticos SGPS).
Um ano depois de chegar ao cargo máximo da Galp, Paula Amorim decidiu focar-se no ramo de luxo. Com o investimento ligado ao grupo Amorim, a filha mais velha de Américo e Fernanda Amorim criou a marca de luxo JNcQuoi, primeiro na restauração, que já conta com seis restaurantes.
Mas a marca JNcQuoi já engloba mais que a restauração e expandiu-se à hotelaria. Neste momento, e de acordo com o próprio site do JNcQuoi, é possível alugar três espaços (Deli Suite Comporta, Arrozais Guest House e Villa Pavillion), além do Comporta Villas. Este ano estava previsto abrir o JNcQuoi House, na Avenida da Liberdade, mas um incêndio alterou os planos do grupo.
Uma das mulheres mais ricas de Portugal, Paula Amorim é casada com Miguel Sousa Guedes, com quem partilha o negócio do JNcQuoi e é mãe de três filhos. Em 2022, em entrevista a Francisco Pinto Balsemão, Paula Amorim revelou que conhecer a maternidade aos 50 anos através de barriga de aluguer não foi uma decisão fácil.
Foi casada com o empresário Rui Alegre, com quem tem dois filhos.