Um consórcio liderado por empresas do sector têxtil remeteu aos gestores do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) um projeto de 25 milhões de euros que pretende investigar, construir e colocar em funcionamento um sistema de utilização otimizada da água em contexto industrial. A ideia é não apenas reduzir drasticamente a utilização de água nos diversos processos de produção da indústria têxtil, como também a de reutilização daquele que entra nesse processo – numa espécie de circuito fechado que permite a utilização cada vez em menor quantidade de novos fluxos.
São 12 as empresas têxteis que, lideradas pela Estamparia Adalberto, tomam parte no consórcio – que chamou ainda o interesse de três academias (a Universidade do Porto, a do Minho e a da Beira Interior, estas duas últimas particularmente ligadas ao sector), de três interfaces tecnológicos (CITEVE, INESC e INESCTEC) e induziu a presença de outras oito empresas químicas com ligações ao têxtil.
Braz Costa, diretor-geral do CITEVE, explicou ao JE que o novo sistema pretende ser um ponto de partida “não apenas para este projeto em particular”, “mas para ficar como ativo para disseminar por outros utilizadores”. Esta lógica de produção de conhecimento para o futuro é um dos trunfos com o qual o consórcio pretende convencer os responsáveis do PRR. A ideia é criar uma ferramenta industrial que não se esgote no próprio projeto, mas que possa ser disseminada na gestão de recursos aquíferos para fins industriais.
“O projeto não acaba nas empresas que dele fazem parte, mas pretende ir além do resultado imediato. Ultrapassar a tentação de confinar cada projeto é a nossa intenção”, refere Braz Costa. A presença de três interfaces tecnológicos – de onde sai uma parte substancial da investigação e desenvolvimento adaptada ou adaptável à indústria – sinaliza isso mesmo.