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Socicorreia entra nos Açores e prevê investir 300 milhões

Empresa tem projeto de 200 milhões de euros previsto para o Funchal em parceria com a AFA. Em Braga, quer entrar no mercado hoteleiro.

A Socicorreia, empresa imobiliária e de construção, tem em curso e em pipeline investimentos de cerca de 300 milhões de euros. Em declarações exclusivas ao Jornal Económico, Custódio Correia, presidente do Grupo Socicorreia, garante que a maior fatia desse investimento, cerca de 200 milhões de euros, será concretizada na ilha da Madeira, mas revela novos projetos do grupo para a área da Grande Lisboa e de Braga, por exemplo.
“Nos três edifícios em Lisboa – na Avenida da República, na Avenida 5 de Outubro e na Avenida Marquês de Tomar, que já estão integralmente vendidos, investimos, em média, cerca de 20 milhões de euros em cada um”, garante Custódio Correia. Estes empreendimentos imobiliários são fruto de uma parceria que a Socicorreia estabeleceu com a AFA – Avelino Farinha & Agrela, uma das maiores construtoras com presença na ilha da Madeira. Sempre com a designação comercial Varino, também deverá arrancar no próximo ano um grande projeto residencial, comercial, turístico e hoteleiro no centro do Funchal, num valor de investimento neste momento avaliado em cerca de 200 milhões de euros.
De forma autónoma, a Socicorreia tem neste momento em curso investimentos de cerca de 32 milhões de euros na área da Grande Lisboa, no segmento imobiliário de topo de gama, mas cerca de 30 milhões de euros em andamento na Região Autónoma da Madeira.
“Depois de estarmos presentes na Madeira e na região de Lisboa, o grupo decidiu, recentemente, fazer uma expansão para os Açores, cujo primeiro escritório foi inaugurado esta semana, em Ponta Delgada”, revela Custódio Correia. Neste arquipélago, a Socicorreia projeta investir entre 15 e 20 milhões de euros, “podendo subir ainda este valor”.
Segundo o presidente da Socicorreia, os Açores são “uma região que tem um interesse muito grande em ter empreendimentos imobiliários de grande qualidade”.
“Esperemos que, no futuro, esta região venha a ter tanta relevância nos negócios do grupo como atualmente tem a Madeira ou a região da Grande Lisboa”, deseja Custódio Correia.
O presidente da Socicorreia admite que “o norte não tem tanto peso para o volume de negócios da empresa”. Mas será nesta região que a empresa liderada por Custódio Correia irá abrir uma nova frente de atividade.
“Será no norte, em Braga, que vamos entrar no mercado turístico e hoteleiro, com um boutique hotel, no centro histórico de Braga”, adianta Custódio Correia. Segundo este responsável, esta “é uma obra que se deverá iniciar em 2020 e que deverá estar concluída no final do próximo ano”.
“Esta unidade deverá ter até um total de 40 quartos. Queremos que seja um dos melhores hotéis boutique de Braga”, assume Custódio Correia. O investimento nesta unidade hoteleira deverá oscilar entre os seis e os oito milhões de euros.
A primeira empresa do Grupo Socicorreia foi constituída por Custódio Correia em 2004, com o objetivo de promover alguns edifícios no continente, no norte, no centro e no sul do país. A partir de 2006, começámos a construir e também a promover projetos imobiliários na Região Autónoma da Madeira. Foi nessa altura que a empresa iniciou a marca de edifícios ‘Século XXI’.
“Os resultados verificados entre 2004 e 2007 demonstraram que crescemos muito. Face a esse crescimento, seria útil a criação de uma construtora dentro do grupo para ter um produto completo Socicorreia. Constituímos a Socicorreia Engenharia, criámos essa marca. Continuámos a crescer e a construir”, adianta o presidente da empresa.
Segundo Custódio Correia, “o meu pai já era empreiteiro”, em Braga, cidade onde nasceu. “Somos cinco irmãos empreiteiros. Mas, claro que cinco irmãos a trabalhar todos juntos, era difícil. Há ideias diferentes. Assim, em 96, fui para os Açores, para a ilha Terceira, concorrer a obras públicas. A dada altura, tivemos de concorrer as obras públicas na ilha de São Miguel. E então percebi que estar a concorrer a obras públicas de ilha em ilha não era produtivo e decidi, em 1996, mudar-me para a Madeira, para concorrer a obras públicas nesta ilha”, explica Custódio Correia.
O presidente da Socicorreia relembra que em 2006, “começou na Madeira a crise das obras públicas e privadas”. “Mas nós decidimos ficar. Enquanto todos os outros grandes grupos de construção foram embora, nós continuamos cá agora. E voltámos às obras públicas. Neste momento, além da Tecnovia e da AFA, a Socicorreia é uma das maiores empresas de construção da ilha da Madeira”, afiança Custódio Correia. 

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