Skip to main content

Sete maiores bancos com lucros de 3,5 milhões a subirem 74% num ano

Estes sete bancos registaram nos primeiros nove meses deste ano uma receita de juros (margem financeira, diferença entre juros pagos e juros recebidos) de cerca 7,6 mil milhões de euros.

Os lucros dos sete maiores bancos – Caixa Geral de Depósitos, BCP, Novobanco, Santander Totta, BPI, Crédito Agrícola e Banco Montepio - nos primeiros nove meses de 2023, somam 3.491,47 milhões de euros, tendo em conta o prejuízo absoluto de 21,2 milhões de euros do banco da Associação Mutualista (que em termos recorrentes passam a lucros de 94,9 milhões).

Este valor compara com 2.006,3 milhões de euros obtidos no mesmo período e pelos mesmos bancos no ano passado. Isto traduz uma subida de 74%, uma valorização que é justificada pela subida colossal da receita de margem financeira.

Estes sete bancos registaram nos primeiros nove meses deste ano uma receita de juros (margem financeira, diferença entre juros pagos e juros recebidos) de cerca 7,6 mil milhões de euros.

A receita da margem financeira foi absolutamente estrondosa na CGD (+129,4%); no Crédito Agrícola (+120%); e Novobanco (+105%). Mas no Santander (+88,5%); no Banco Montepio (+73,7%); e no BPI (+67%) também foi uma subida significativa. Neste indicador o BCP foi o que viu a receita crescer menos (+37%).

A rentabilidade parece querer atingir o céu. Vemos um return on equity de 21,70% no Santander Totta; de 16,7% no BCP; de 15,08% no Novobanco; de 14,4% na CGD; de 13,9% no Crédito Agrícola; e de 13,7% no BPI. O Banco Montepio teve um ROE negativo, por conta do impacto extraordinário da venda e desconsolidação do Finibanco Angola que trouxe o resultado líquido para terreno negativo.

A expansão das margens de juro líquidas, desde meados de 2022, tem sido o principal motor da rentabilidade dos bancos na Europa. “No entanto, também notamos que tem havido uma divergência significativa nas margens de juros líquidas entre os países. Em linha com estas diferenças, dependendo do país, esperamos ver uma série de resultados, desde descidas moderadas a aumentos moderados na margem financeira em 2024”, defende a DBRS.

Não faltam alertas que o el Dorado da receita atingiu já o seu pico neste terceiro trimestre e que a partir daqui é sempre a cair. Tal como escreveu a DBRS Morningstar, a expectativa é que “os lucros dos bancos europeus permaneçam fortes em 2024, embora em níveis mais baixos do que em 2023, devido a alguma pressão sobre as margens e ao crescimento lento dos empréstimos, bem como a despesas e custos de crédito mais elevados”.

A agência de rating destaca que a liquidez dos bancos deverá manter-se sólida, apesar da pressão sobre os juros dos depósitos, uma vez que a procura de crédito é reduzida num contexto de taxas mais elevadas e de economias fracas.

As perspectivas para a Banca Europeia em 2024 resumem-se à continuação do bom desempenho, mas com um aumento da pressão sobre as margens financeiras, por via da subida dos juros dos depósitos e da diminuição do balanço, e também com a degradação da qualidade dos ativos.