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Salário mínimo pressiona custos das empresas

Economistas destacam que um aumento de custos castigará sobretudo sectores com mão-de-obra mais intensiva. E alertam que empresas podem transferir este aumento para os consumidores.

A discussão em torno do salário mínimo nacional centrou-se sobretudo no debate político, mas os economistas ouvidos pelo JE destacam que um aumento de custos desta natureza castigará sobretudo sectores com mão-de-obra mais intensiva, pouca diferenciação e procura mais sensível ao preço, dado que, ao contrário de outros sectores, a incidência deste aumento não será suportada pelos consumidores. Por outro lado, e reconhecendo que as subidas nos últimos anos refletem uma correção em relação aos desvios do tempo da troika, estas subidas colocam o salário mínimo perto do salário médio do país e não devem levar a subidas em toda a tabela remuneratória.
Apesar do chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) ter colocado alguma incerteza em torno da subida do salário mínimo nacional, o aumento sugerido de 40 euros pode ainda entrar em vigor no início do próximo ano. Isto porque, a dissolução do Parlamento não inviabiliza o aumento do salário mínimo, já que é uma decisão que pode ser executada por decreto. A este propósito, Tiago Antunes, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, reforçou esta quinta-feira a intenção do Governo de avançar já em janeiro com os aumentos previstos ao salário mínimo, lembrando que o Executivo se mantém “na plenitude das funções”.
Caso se confirme, esta medida colocaria o limite remuneratório inferior nos 705 euros, o que significa mais um aumento de custos para as empresas, numa altura em que vão subindo os preços de vários consumos intermédios, como a energia, matérias-primas ou os custos de transporte.

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