Ninguém sabe o que diz o célebre cozinheiro sueco dos “Marretas”. Também não sabemos o que cozinha. Apresenta receitas incompreensíveis para o comum mortal. Ninguém percebe o que ele diz, porque a sua linguagem, parecendo sueco, não o é. A palavra que mais usa é “Bork”, o que não quer dizer nada em nenhuma língua. Sem a capacidade de humor deste trapalhão, os intérpretes dos debates eleitorais são a sua versão triste. Ou seja, até ao momento, a discussão é sobre generalidades e teses absurdas sobre um país pobre como é este. É certo que há quem nos ofereça o paraíso. Uns prometem o País das Maravilhas Bimby, se tudo fosse privatizado. Outros juram que criariam o País das Maravilhas Varinha Mágica se tudo fosse público. Todos pensam no seu próprio prato, enquanto o país vai pagando os seus impostos e as pernas de frango conforme pode. Devemos estar gratos por isso. Mas não é isso que responde às inegáveis fragilidades do país, com demasiados pobres ou remediados, poucos centros de decisão económica e financeira, pouca competitividade, quase inexistente cultura, raro capital e impostos infinitos. “Bork” dizem os líderes partidários. “Bork para vós também!” respondemos nós.