Skip to main content

Em busca da redenção

Em 2007 terminou “Os Sopranos”, na HBO. Era um momento de inflexão naquilo que muitos designaram como a terceira idade de ouro da televisão, marcada pela aposta dos canais de cabo na ficção de qualidade.

Em 2007 terminou “Os Sopranos”, na HBO. Era um momento de inflexão naquilo que muitos designaram como a terceira idade de ouro da televisão, marcada pela aposta dos canais de cabo na ficção de qualidade. Séries onde é ténue a fronteira entre o bem e o mal, onde os personagens são complexos e os guionistas se tornam determinantes. Nos últimos anos a televisão criou mitos que sucederam a séries de rutura das últimas décadas como “A Jóia da Coroa” (da Granada Television britânica), “Twin Peaks” ou “Hill Street Blues” ou mesmo “The Wire” e “Deadwood”, que abriram novas vias para a forma como a ficção se tornou arte. Pelo meio, surgiram outras que criaram legiões de fãs, de “24” a “A Guerra dos Tronos”, de “X-Files” a “House of Cards”, num jogo muito americano, que sempre foi hegemónico face às produções da Europa. Em Portugal deram-se poucos passos neste sentido, porque a hegemonia do discurso da telenovela é quase total. Como modelo, há o caso da Dinamarca, com o qual deveríamos aprender, que num pequeno país conseguiu criar uma poderosa indústria do audiovisual que, através de séries como “The Killing”, “Borgen” ou “The Bridge”, conseguiu criar um modelo exportável, inclusive para os Estados Unidos. Mas esta criatividade europeia ainda circula pouco no espaço da União Europeia, ainda muito presa à produção norte-americana, mesmo numa altura em que os canais de cabo mostram um cansaço evidente no que diz respeito a novidades.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico