Ele, o poeta português que passou a vida a “multiplicar-se”, inventando heterónimos, ou autores fictícios, a quem atribuiu obras que ele próprio escreveu. Chegou ao ponto de inventar relações, amigáveis ou de mestre para discípulo, entre os seus avatares. Mas o mais paradoxal dessa multiplicação é o facto de o poeta ambicionar desaparecer, ser “nada”. Confessa-o em “Tabacaria”: “Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada. / À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”.
Robert Wilson viaja pelo caleidoscópico Pessoa
Um encenador, mas não um qualquer, é desafiado a mergulhar nessa figura enigmática e intrigante que é Fernando Pessoa. É ele o herói da mais recente criação do encenador norte-americano Robert Wilson.
