A Reserva Federal (Fed) norte-americana manteve inalteradas a sua taxa de juro diretora, no intervalo entre 5,25% e 5,50%, em linha com as expectativas da larga maioria dos investidores e economistas, e sinalizou que apenas deverá cortar o preço do dinheiro uma vez este ano.
A decisão foi anunciada, em comunicado, esta quarta-feira, 12 de junho, no final da reunião de dois dias do Federal Open Market Committee (FOMC).
A taxa diretora da Reserva Federal dos Estados Unidos da América (EUA) encontra-se ao nível mais elevado desde 2001.
De acordo com o “CME FedWatch Tool”, apenas 9% dos investidores esperavam um corte das taxas de juro em julho. Já face a uma redução do preço do dinheiro em setembro, a proporção mais do que quintuplica, para 47%.
Um inquérito feito pela “Reuters” concluiu que a maioria dos economistas consultados (74 em 116) espera que o primeiro corte na taxa diretora tenha lugar em setembro. Cerca de 60% dos inquiridos esperam, também, que a Fed leve a cabo dois cortes este ano.
Ao manter a taxa diretora inalterada, a Fed não segue o movimento do Banco Central Europeu (BCE), que este mês cortou as suas taxas diretoras em 25 pontos base.
A taxa fixa de operações principais de refinanciamento recuou para 4,25%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez desceu para 4,5% e a de facilidade permanente de depósito caiu para 3,75%.
No "Dot Plot", o sistema em que participam os sete membros do conselho de governadores da Fed e os 12 governadores dos bancos regionais e que procura indicar tendências para a política monetária, é sinalizado apenas um corte das taxas de juro este ano, quando em março apontava para dois ou três.
Na leitura que a norte-americana CNBC faz, o FOMC antevê, agora, cinco descidas da taxa, em 1,25 pontos percentuais (relativos à média do intervalo), quando em março apontava para seis descidas.
"Os indicadores recentes sugerem que a atividade económica continuou a expandir-se a um ritmo sólido. Os ganhos de emprego permaneceram fortes e a taxa de desemprego permaneceu baixa", refere o FOMC, no comunicado.
“A inflação diminuiu no ano passado, mas permanece elevada”, acrescenta, utilizando uma linguagem idêntica ao do comunicado da última reunião, mas acrescenta que "nos últimos meses, houve progressos modestos em direção ao objetivo de inflação de 2%”, quando em março considerou que tal não se verificava.
A Reserva Federal tem vindo a mudar a sua perspectiva, dado o caminho lento da inflação em direção à meta de 2% e a manutenção de um mercado laboral forte.
No comunicado, o FOMC considera que não é "apropriado reduzir o intervalo da taxa diretora até que tenha ganhado uma maior confiança de que a inflação está a evoluir de forma sustentável para 2%".
Acrescenta que continuará a reduzir as existências em títulos do Tesouro, dívida de agências públicas e títulos garantidos por hipotecas.
"O FOMC está fortemente empenhado em fazer com que a inflação regresse ao seu objetivo de 2%", reforça.