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RedBridge voltou a reunir para aproximar empreendedores portugueses e americanos

O clube vai no décimo nono encontro, novamente em Lisboa, e procura estabelecer pontes entre as comunidades empreendedoras portuguesa e norte-americana, reconhecendo o potencial nacional em diversas áreas inovadoras, mas também os benefícios que trazem investidores e trabalhadores dos EUA.

Portugal e, em particular, Lisboa atraem cada vez mais start-ups e empresas tecnológicas, além da mão-de-obra qualificada que estas trazem consigo, levando a comparações inevitáveis com São Francisco, a capital tecnológica global. De forma a aproximar ainda mais estas duas realidades e estabelecer pontes entre as cidades e as suas comunidades, a RedBridge promoveu recentemente um evento de networking em Lisboa, procurando aprofundar laços, de forma a acelerar projetos relevantes e fixar talento na capital portuguesa.

Criada em 2022, a RedBridge é um clube de empreendedores portugueses e californianos que procuram aprofundar as relações entre os ecossistemas de ambas as economias, reconhecendo o crescimento nacional nas áreas empresariais mais inovadoras. A este propósito, o clube reuniu na passada semana no seu palácio em Lisboa – o décimo nono encontro desde a sua formação –, onde uma das cofundadoras, Filipa Pinto de Carvalho, explicou ao JE alguns dos objetivos.

A retenção de talento é um desafio imediato e crucial para as empresas europeias, algo reconhecido recentemente pela presidente da Comissão, e portuguesas, uma dimensão na qual o recente interesse de muitos californianos e norte-americanos em geral pode ajudar. Esse é precisamente um dos aspetos em que a RedBridge pretende trabalhar: a união e colaboração entre as comunidades.

“A RedBridge pretender criar pontes entre as comunidades para as aproximar - há comunidades de pessoas de outras nacionalidades que vivem aqui mas não conhecem a comunidade local, os projetos de qualidade que se estão a desenvolver e o talento que existe e perde-se a oportunidade de colaborações que podem ter um impacto muito positivo na comunidade local”, começa por referir Filipa Pinto de Carvalho.

A cofundadora do clube lembra os “investidores experientes que trazem o seu know how de Silicon Valley”, além de capacidade de investimento, e que podem ter um impacto positivo considerável no panorama empresarial português, ao trazerem uma cultura de trabalho diferente.

Em sentido inverso, também as empresas nacionais beneficiam com a exposição em S. Francisco, a capital global do capital de risco e do sector tecnológico inovador. Exemplo disso são os três eventos já realizados na cidade californiana, “no nosso clube parceiro Shack 15, em que levamos pessoas e projetos portugueses, como a Unbabel, para que a comunidade californiana possa estar em contacto com o que de excecional se faz por cá e que tiveram muito boa recetividade”.

A Unbabel é, a par de empresas como 42Lisboa, HealthtechLisboa, AGPC e LBC, uma das founding companies do clube, que conta já com mais de 100 membros.

“Tem havido um posicionamento forte de Lisboa como um hub de empreendedorismo e inovação e estamos a ver fundos de investimento e outras entidades internacionais que trabalham com startups e scale-ups atentos à capital, a olhar de forma cada vez mais séria para Portugal e que se estabeleceram recentemente ou estão no processo de se estabelecer aqui, o que vai trazer contributos claros para o desenvolvimento do ecossistema”, resume Filipa Pinto de Carvalho.

E, se o ambiente geral de negócios para este tipo de empresas tem vindo a melhorar em Portugal na última década, há ainda algum trabalho a fazer, sobretudo ao nível da flexibilidade das leis do trabalho e dos regimes fiscais associados. Admitindo que há já “boas políticas e incentivos” estabelecidos “e que, se bem executados, poderão funcionar como mecanismo de atração de empresas e retenção de talento”, a cofundadora do clube lembra que “Investidores, empreendedores e profissionais altamente qualificados precisam de estabilidade e previsibilidade”.

“O desafio está precisamente na boa implementação e na execução contínua e coerente com o que foi o espírito dos diferentes programas quando foram desenhados”, resume, salientando que “tem de haver consistência e coerência na forma como as políticas são mantidas e executadas”.