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Mais negócio além dos aspiradores e secadores de cabelo. Dyson já investiu 150 milhões na agricultura

Tecnologia nos campos de cultivo é o outro "eu" da marca. "Este valor foi investido na melhoria das infraestruturas, na construção de armazéns de cereais, na aquisição de equipamento, sem esquecer o investimento na saúde dos solos", adiantou a empresa ao Jornal Económico.

A Dyson, mundialmente conhecida pelos aspiradores e secadores de cabelo, está a implementar a sua tecnologia (muito) além das áreas de higiene e beleza. Na agricultura, através da iniciativa “Dyson Farming”, fez um investimento que ultrapassa as 130 milhões de libras (cerca de 150 milhões de euros) entre 2012 até à data, sem contar com o valor da compra dos terrenos de cultivo, avançou ao Jornal Económico (JE) fonte oficial da empresa.

No mês em que reforçou oficialmente a presença em Portugal, com a abertura do primeiro ponto de venda e demonstração físico - de longa duração - no país, a multinacional adiantou ao JE que “este valor foi investido na melhoria das infraestruturas, na construção de armazéns de cereais, na aquisição de equipamento, sem esquecer o investimento na saúde dos solos”.

Aliás, a Dyson está a tornar-se até numa das maiores produtoras de morangos e batatas no Reino Unido. Como? As terras em zonas como Lincolnshire, Oxfordshire e Gloucestershire, na qual está presente, tinham pouca drenagem e rotação de colheitas, bem como escassez de infraestruturas, como trilhos ou depósitos de grãos. Então, através de drones e tratores autónomos, a empresa garante maior precisão no cultivo, destruição das ervas daninhas e proteção dos pássaros que nidificam no solo.

“A criação de energia limpa para abastecer energia, o aproveitamento do excesso de calor e gás, o escoamento da água da chuva dos solos são alguns métodos usados para promover o ambiente certo nas estufas, de modo a permitir que as culturas, como morangos, sejam produzidas fora da estação, em escala, evitando um impacto negativo”, esclarece ainda a Dyson.

Porquê esta versão agrotech? A empresa fundada em 1991 – então como Barleta Limited – considera que a agricultura não pode ser vista só como uma indústria artesanal e deve incluir tecnologia de vanguarda, uma vez que a produção sustentável de alimentos e a segurança daquilo que comemos são vitais para a saúde das populações e para a economia dos países.

“A produção sustentável de alimentos, a segurança alimentar e o meio ambiente são vitais para a saúde e a economia dos países. Há uma oportunidade real para a agricultura conduzir uma revolução na tecnologia e vice-versa. Uma agricultura eficiente e de alta tecnologia contém muitas das chaves para o nosso futuro. O projeto Dyson Farming esforça-se para estar na vanguarda disso”, afirmou o engenheiro e empreendedor britânico James Dyson, fundador da Dyson.

De facto, James Dyson é talvez o maior responsável por esta aposta no sector agroalimentar, tendo em conta que a agricultura fez parte da sua infância, em North Norfolk. Hoje, a gestão do negócio do digital e da área agrícola está interligada na Dyson.

“O paralelismo entre os dois negócios é maior do que se possa imaginar. O futuro de ambos depende do investimento em investigação, desenvolvimento e melhoria contínua. Na Dyson existe a esperança de poder continuar a contribuir para a tão necessária transformação do planeta, através dos avanços significativos nas políticas de sustentabilidade”, explica a tecnológica que está na Mall Demo Zone do centro comercial Colombo, em Lisboa.