Que balanço faz da aposta em Portugal?
É extremamente positivo. A nossa presença no mercado português consolidou-se, entre outros fatores, após a abertura do nosso novo escritório em Lisboa, dirigido por Álvaro Roquette e João Espanha. Atualmente, contamos com uma equipa de mais de 30 advogados altamente especializados em áreas como Comercial, Fiscal, Processual ou Laboral.
Quais são os principais objetivos para o escritório em Portugal?
O nosso objetivo passa por um crescimento sustentado, alavancado pelo impulso de áreas estratégicas como M&A ou Fiscal, uma maior sinergia entre os interesses dos nossos clientes em Espanha e Portugal e uma orientação proativa para a resolução dos seus problemas de natureza jurídica.
Tudo isto com o objetivo de nos tornarmos um parceiro de confiança, gerando segurança e antecipando os desafios que as empresas e os gestores enfrentam num ambiente económico e regulatório em constante transformação.
Onde identifica maiores oportunidades no mercado português?
A nossa sociedade conta com uma sólida trajetória e reconhecida experiência setorial nas áreas da Energia, Imobiliária e Urbanismo, bem como Bancária e Financeira, entre outras.
Na Energia, os nossos profissionais combinam um profundo conhecimento regulatório com experiência em projetos no domínio das renováveis e da transição energética, uma questão de especial relevância para as empresas atualmente.
No setor Imobiliário e Urbanístico, prestamos assessoria em todas as fases do ciclo de vida do ativo: desde a aquisição de terrenos, gestão urbanística e licenças, até ao financiamento e promoção. Vemos oportunidades neste setor tanto em Espanha como em Portugal, uma vez que se trata de um mercado em ascensão e expansão.
No setor Bancário e Financeiro, o escritório intervém em operações complexas de financiamento, refinanciamento e reestruturação da dívida, bem como em questões regulatórias e de conformidade normativa.
Além disso, no contexto geopolítico e económico atual, observamos que um dos setores de atividade de maior relevância será o da Defesa e Segurança.
A disponibilização de fundos pela União Europeia para aumentar as despesas com a defesa por parte dos Estados-membros exigirá que as empresas especializadas neste setor necessitem de aconselhamento jurídico tanto em matéria administrativa e de contratos públicos como na obtenção de ajudas e financiamento público.
Também encontramos oportunidades no mercado de operações de fusões e aquisições [M&A], como consequência de uma menor inflação e de um aumento da liquidez disponível das empresas, fatores que favorecerão a entrada de capital privado e estimularão a atividade transacional, tanto por parte de operadores nacionais como internacionais.
O mercado é muito competitivo, como se querem diferenciar?
Com uma experiência reconhecida graças à equipa de profissionais que compõe o nosso escritório de Lisboa, com base numa firma de referência que acumula 50 anos de história desde a sua fundação pelo professor Manuel Broseta Pont.
Combinamos know-how do contexto económico e empresarial português com um elevado nível técnico de assessoria por parte dos nossos advogados.
Na Broseta, temos uma clara vocação de parceria com o cliente. Com uma visão de longo prazo, participamos na estratégia de negócio dos nossos clientes como membros da sua equipa e acompanhamos, com relações sólidas e duradouras, tanto nos seus sucessos como nos momentos difíceis.
Crescimento orgânico ou aquisições e incorporações de equipas ou parceiros?
Nos últimos anos, reforçámos o nosso escritório em Portugal graças à incorporação de João Espanha, advogado especializado na área fiscal com uma ampla e reconhecida trajetória profissional, juntamente com uma grande equipa de profissionais que atualmente compõem o quadro de funcionários do escritório em Lisboa.
O perfil dos sócios que procuramos deve ter sempre um profundo conhecimento do mercado português e do seu tecido empresarial, bem como uma experiência notável na sua área de especialização jurídica.
Que desafios normativos ou do ambiente empresarial identifica como mais relevantes para o crescimento dos serviços jurídicos transfronteiriços?
Este ano, reforçámos o nosso compromisso com o setor da economia digital, respondendo aos múltiplos desafios que as empresas enfrentam nesta matéria. Assim, um dos maiores desafios que enfrentamos é acompanhar as empresas na sua adaptação a todo o pacote normativo relacionado com a regulamentação digital da União Europeia que afeta tanto a governação como a gestão das empresas em matéria de cibersegurança, serviços digitais, tratamento de dados ou inteligência artificial, entre outros aspetos.
Olhando a cinco anos, qual será o fator decisivo para a vossa implantação?
Entendemos que é fundamental continuar com o nosso roteiro traçado: um plano de crescimento sustentado tanto pela incorporação de novos sócios como pelo aumento do negócio nas áreas já existentes; orientação a longo prazo e proatividade para com o cliente e uma especialização marcada por área de prática jurídica e setor industrial em que o cliente opera.