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Quase 60% das empresas nacionais apontam instabilidade política e social como risco para 2024

Estudo da Marsh aponta também os ataques cibernéticos e (47%) e a retenção de talento (44%), como os outros dois riscos com que as empresas portuguesas vão ter de lidar este ano, sendo que a próxima década será marcada pela adaptação a um cenário internacional em constante evolução.

A instabilidade política e social é vista por 58% das empresas portuguesas como o principal risco que preveem enfrentar este ano. Esta é uma das principais conclusões da 10ª edição do estudo ‘A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos’, realizado pela Marsh Portugal e que faz uma ponte com o ‘Global Risks Report 2024′, divulgado pelo Fórum Económico Mundial, que inquiriu 134 líderes empresariais portugueses.

Este valor representa um aumento de 13 pontos percentuais (p.p.) face à edição de 2023 deste estudo, sendo que 49% dos inquiridos apontam os eventos climáticos extremos como o principal risco que o mundo terá de enfrentar em 2024, um risco que ocupava a terceira posição deste ranking em 2023, registando uma subida de sete pontos percentuais.

Em termos nacionais, os ataques cibernéticos e (47%) e a retenção de talento (44%), são outros dois riscos com que as empresas portuguesas vão ter de lidar este ano. O quarto e quinto lugares são ocupados pelos eventos climáticos extremos (36%) e pela recessão (24%). O crime cibernético generalizado e a insegurança cibernética (42%), a estagnação económica prolongada (34%), os conflitos interestatais (28%) e a geopolitização de recursos estratégicos (27%), são outros dos riscos globais apontados pelas empresas para 2024.

Resiliência será um fator determinante na gestão de riscos

Outro dos dados revelados pelo estudo da Marsh Portugal aponta para a resiliência enquanto fator determinante para uma melhor gestão de riscos. Contudo, e apesar de ser classificado por cerca de 39% das empresas nacionais como de “elevada importância”, este risco verificou uma descida de 11% face ao ano anterior, sendo este o valor mais baixo desde 2018.

Por outro lado, somente 12% dos inquiridos atribuem “pouca importância” a esta temática, enquanto 49% consideram ser de “importância suficiente”.

“A gestão de risco está cada vez mais associada à resiliência das empresas, sendo que a existência de uma política formal e transversal é um dos fatores mais relevantes para a sua sobrevivência ou continuidade”, afirma Fernando Chaves, risk specialist da Marsh Portugal, acrescentando que uma gestão de riscos mais eficaz permite que “as empresas estejam melhor preparadas “para enfrentar um mundo cada vez mais complexo e volátil”.

Evolução e diversificação da economia vão marcar a próxima década

Para os próximos dez anos o estudo indica que as empresas portuguesas vão ter pela frente uma adaptação a um cenário internacional em constante evolução e onde a diversificação económica e a procura por novos mercados tornar-se-ão estratégias-chave para as empresas prosperarem neste novo cenário.

Por outro lado, a tecnologia vai continuar a ser um fator disruptivo, criando não só riscos, mas também oportunidades. “A adoção de tecnologias emergentes poderá ser um diferencial competitivo, mas também uma fonte de vulnerabilidade se não for eficazmente gerida”, indica o documento.

Para Fernando Chaves, “à entrada de 2024, as empresas portuguesas confrontam-se com um espetro de riscos que desafia a estabilidade e previsibilidade do ambiente geopolítico, económico e financeiro. A convergência destes riscos sugere um período de incerteza e a necessidade de estratégias de mitigação e adaptação mais sofisticadas”.

O responsável destaca ainda que as empresas portuguesas enfrentam um horizonte onde os riscos geopolíticos, económicos e financeiros se entrelaçam com crescente complexidade. “A necessidade de adaptação e a prontidão para a mudança não são apenas uma questão de estratégia, mas de sobrevivência e sucesso a longo prazo”, salienta.