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EDP confirma previsão de lucros a rondar 1,5 mil milhões em 2026

Fechadas as contas de 2023, a companhia mantém as suas metas para 2026 em termos de lucros recorrentes (entre 1,4 mil milhões-1,5 mil milhões), EBITDA (5,7 mil milhões) e dividendo (20 cêntimos por ação). Na terça-feira, o Goldman Sachs cortou o preço-alvo, mantendo a recomendação em 'comprar', e deixou vários avisos.

Goldman Sachs corta preço-alvo e deixa avisos

Na terça-feira, o Goldman Sachs anunciou que cortou o preço-alvo da elétrica (mantendo a recomendação em 'comprar'): a previsão agora é de 4,40 euros nos próximos 12 meses, face à previsão anterior de 4,85 euros. A cotada fechou a descer 3,82% para 3,474 euros na sessão de terça-feira.

O banco norte-americano está preocupado com a descida dos preços de eletricidade, o que pode levar a energética a reduzir o desenvolvimento de energias renováveis: menos 30% de adições anuais face ao plano estratégico, prevê o GS no seu cenário base.

“Acreditamos que as ações da EDP podem pausar para respirar, por três razões: (1) vemos um risco descendente de 10% no consenso da Bloomberg de EPS (earnings per share) para 2026-27, e a nossa estimativa implica quase nenhum crescimento bottom-line até 2028; (2) a queda nos preços de energia implica cash flows mais baixos e, como resultado, maior alavancagem: a EDP pode vir a recalibrar investimentos – isto pode diluir ganhos no médio prazo; (3) nas nossas estimativas para 2026, a EDP negoceia com um prémio de 14 vezes o rácio de price to earnings para o sector (12,5 vezes) e pares diretos (entre 9 vezes-13 vezes)”, pode-se ler na nota hoje divulgada a que o JE teve acesso.

“Esperamos lucros sólidos para 2024 – com hedges atrativos, boa produção hídrica e margens de abastecimento em expansão – acreditamos que o declínio acentuado nos preços de eletricidade e a redução em investimentos orgânicos implica mais pressão nos ganhos de médio prazo”, pode-se ler na nota, apontando que “não vemos quase nenhum crescimento do resultado líquido até 2028”.

Sobre a alavancagem da empresa, o GS aponta que “uma previsão de lucros mais baixa leva-nos a esperar alavancagem (dívida líquida /EBITDA) a atingir 4,5 vezes em 2025-28. Para apoiar o balanço, acreditamos que a EDP pode ter de abrandar o desenvolvimento eólico/solar: o nosso cenário base assume uma redução de 30% nas adições anuais de capacidade versus o plano estratégico de 2023. Isto irá reduzir o crescimento de ganhos no médio prazo”.

“Acreditamos que a ação já reflete largamente atuais ventos adversos: o nosso novo preço-alvo de 4,40 euros por ação implica uma subida de 20% face ao nível atual”, daí manter a recomendação em ‘comprar’.

EDP prevê atingir novamente lucros de 1.300 milhões em 2024

O grupo EDP prevê atingir novamente lucros recorrentes de 1.300 milhões de euros em 2024, em linha com os registados em 2023. O lucro recorrente da EDP atingiu um máximo em 2023 (1.290 milhões de euros +48%), sendo o valor mais alto da série histórica disponível, que recua até 2015.

Há vários segmentos a contribuir para esta visão da elétrica, incluindo os elevados níveis dos reservatórios das barragens em Portugal e Espanha, com a possibilidade de turbinar toda essa água, apesar de a empresa não estar à espera de um ano com chuva acima da média.

“O ano de 2024 está a começar a tomar forma de uma boa maneira”, disse Miguel Stilwell de Andrade numa chamada com analistas no início de março. “Temos elevados níveis nos reservatórios de capacidade hídrica”. Os reservatórios ibéricos estão a 85% da sua capacidade, mais 20 pontos acima da média histórica.

Em 2023, o lucro não-recorrente da empresa disparou 40%, para 952 milhões de euros, à boleia da produção hídrica em Portugal, o impacto da incorporação total da EDP Brasil e os ganhos das vendas de ativos renováveis.

A pesar nos lucros não-recorrentes estão os 310 milhões de euros de perdas associadas a imparidades na central a carvão de Pecém, nos projetos eólicos na Colômbia e nas centrais de ciclo combinado em Portugal.