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Privatização da TAP poderá passar pela venda de menos de 50% do capital

Aviação : Privatização poderá arrancar em setembro e em cima da mesa está possibilidade de um concurso para venda de menos de 50% do capital. Negócio vai ser disputado pelos principais escritórios e bancos de investimento.

A privatização da TAP poderá arrancar ainda este ano, eventualmente em setembro, tal como o Jornal Económico noticiou na semana passada. Em cima da mesa estão duas hipóteses, o lançamento de um concurso público internacional e a venda direta com um procedimento competitivo. Esta última modalidade foi a opção do anterior governo no processo que foi lançado no ano passado, mas a escolha mais provável do novo Executivo para retomar a privatização da companhia deverá ser o concurso público internacional, segundo as fontes ouvidas pelo Jornal Económico. E a percentagem a vender poderá ser abaixo dos 50%, para obter o acordo do principal partido da oposição, o PS.


O Jornal Económico tentou obter esclarecimentos do Governo, mas até ao fecho da edição tal não foi possível. Também questionado, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, disse desconhecer essa intenção. “Ninguém falou connosco, não conhecemos nenhuma proposta”, disse ao JE.
As fontes do sector da aviação ouvidas pelo Jornal Económico consideram que caso este cenário de venda de menos de 50% do capital se concretize, irá dificultar o sucesso da operação, uma vez que qualquer player da indústria da aviação que quiser comprar a TAP quererá, pelo menos, ter garantias sólidas de que poderá um dia ficar com a maior parte do capital da empresa.


Ao que o Jornal Económico apurou, o processo deverá ser gerido pela Parpública, liderada por José Realinho de Matos, em articulação com as duas tutelas da TAP, nomeadamente o Ministério das Finanças e o Ministério dos Transportes e Infraestruturas, mas com um acompanhamento muito próximo por parte do ministro Miguel Pinto Luz e do gabinete do primeiro-ministro, apurou o Jornal Económico.

 

Escritórios e bancos de investimento vão disputar o maior negócio do ano
Com a venda da Altice Portugal em risco, pelo menos este ano, a privatização da TAP deverá ser o grande negócio de 2024. E as principais sociedades de advogados nacionais já se posicionaram há muito para esta operação avaliada em mais de 1,5 mil milhões de euros.


Tal como o Jornal Económico noticiou em fevereiro, a Vieira de Almeida (VdA) assessora a IAG (Ibéria e British Airways), com uma equipa liderada por Cláudia Cruz Almeida, sócia responsável pela área de Corporate & M&A. Por sua vez, a PLMJ assessora a companhia alemã Lufthansa, com uma equipa liderada pelo sócio de M&A Diogo Perestrelo. Até ao fecho, não foi possível confirmar quem serão os assessores do outro grande consórcio que estará na corrida à TAP, o da Air-France-KLM.


Do lado da Parpública, ainda não se conhecem os assessores jurídicos e financeiros da operação. Tal como o Jornal Económico noticiou em novembro, após a conclusão do processo de avaliação da companhia, que foi entregue à EY, a Parpública recebeu várias propostas para a assessoria jurídica e financeira na privatização da companhia aérea, incluindo uma da Caixa Banco de Investimento (BI) e de vários outros players nacionais e internacionais.