Olhando já para o OE2024, que medidas gostariam de ver inscritas no documento?
Precisamos de um orçamento com ambição e audácia de querer crescer. Por isso pensamos num conjunto de propostas cirúrgicas em três áreas essenciais: trabalho, como tornar as empresas mais competitivas e no acesso a capital e liquidez. Temos um enfoque nas suas primeiras prioridades, os jovens e os mais desfavorecidos. Para os jovens, o IRS Jovem é bom, mas insuficiente e muito complexo. Ora, já temos o programa Regressar – não sei porque criamos um sistema hipercomplexo quando temos este muito simples. Até porque, enquanto tivermos diferenças entre os dois sistemas, estamos a criar incentivos para que as pessoas vão para fora, isto em idade de constituir família. Depois, o alargamento do regime especial para contratação de jovens, que tem um limite nos 30 anos e podia ir até aos 35. Para os mais desfavorecidos, nos primeiros três escalões de IRS temos uma voracidade fiscal que cria uma espécie de regressividade: quando o rendimento duplica do 1º para o 2ª escalão, o imposto aumenta cinco vezes. Isto é completamente desproporcional. E o momento para corrigir é agora, num ano em que temos uma previsão de excedente.