A Polónia ultrapassou Portugal na lista de destinos por atratividade para investimento direto estrangeiro (IDE), passando a economia nacional a ocupar a sétima posição do ranking, isto de acordo com o relatório anual da EY sobre o tema. Ainda assim, a economia portuguesa foi a quarta com mais projetos de serviços de IT e software na Europa, um sinal da aposta e desenvolvimento do digital.
O ranking compilado pela EY, no âmbito do Attractiveness Survey Portugal 2024, vê o país cair um lugar no que respeita aos destinos de IDE por número de projetos, indicador que desceu 11%, acompanhando a tendência registada no resto da Europa. A Polónia ultrapassa assim a economia portuguesa em mais um indicador, um país que é frequentemente utilizado como comparação nacional ao bloco de leste que se juntou à UE anos mais tarde.
No entanto, 84% dos investidores inquiridos consideram que Portugal continua a ser atrativo para estabelecerem ou expandirem as suas operações no país em 2025, ficando o país, deste modo, acima da média europeia (72%), sendo que 77% antecipam uma melhoria da atratividade de Portugal para IDE nos próximos três anos, um valor superior aos 49% registados em 2021.
“Este é um tema relevante e estruturante para o Portugal do presente, mas, sobretudo, do futuro”, afirmou o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, na apresentação do inquérito feita na sede da EY, em Lisboa, esta terça-feira.
Ressalvando que é preciso não “perder de vista aquilo que conseguimos” alcançar, o secretário de Estado pediu que o país se concentre em “olhar para a frente, pensar como podemos fazer melhor”.
Entre os países que mais investem no país destacam-se Estados Unidos, França e Alemanha, que em conjunto representam mais de 40% dos projetos de IDE em território nacional, com o sector de Software & IT Services a reunirem a maioria do investimento e com 40 projetos provenientes destas geografias.
Por outro lado, a concentração geográfica destes investimentos é clara, com Lisboa e Porto a representarem o grosso dos projetos de IDE no país, embora com uma tendência decrescente. Juntamente com a região Centro, as duas áreas metropolitanas nacionais representam mais de 95% dos investimentos de 2023.
Miguel Farinha, country manager partner da EY Portuguese Cluster, considera que “Portugal, apesar da redução do número de projetos de IDE em 2023, continua a afirmar-se como um destino de investimento estável e bastante atrativo”.
“A permanência no top10 dos países europeus que merecem maior confiança por parte dos investidores estrangeiros é um sinal claro do crescimento progressivo do país, que se destaca a nível internacional pela qualificação da sua força de trabalho e por estar na linha da frente em matéria de inovação, desenvolvimento tecnológico e sustentabilidade ambiental”.