Paulo Alexandre Sousa, antigo presidente do Banco Comercial de Investimentos, em Moçambique, e vice-presidente da Cruz-Vermelha Portuguesa, vai ser o próximo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), substituindo Ana Jorge no cargo.
A revelação foi feita nesta quinta-feira, 16 de maio, pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, no Parlamento, na audição sobre a situação financeira da SCML e a exoneração de Ana Jorge, que assumiu funções a 1 de maio de 2023 e foi exonerada a 29 de abril.
“Tem uma vasta experiência social“ e vai tomar posse “assim que possível”, garantiu Maria do Rosário Ramalho. Sobre o antigo diretor do segmento de financiamento imobiliário da Caixa Gerald e Depósitos (CGD), a governante explicou que, face à “absoluta emergência financeira” da SCML, a opção recaiu num perfil financeiro.
Na audição requerida pelos grupos parlamentares da IL e do PS, a governante afirmou, sobre a provedora exonerada que Ana Jorge “encontrou um cancro financeiro, mas tratou-o com Paracetamol” e apontou a falta de “qualquer plano estratégico” como um dos motivos para a saída. E referiu aspetos como a “receita dos jogos em queda” e os “gastos com pessoal” que, diz, subiram 11 milhões de euros de 2023 até agora.
A ministra tinha já justificado a exoneração de Ana Jorge com a “total inação” da provedora e acusou, numa entrevista, a administração de se beneficiar a si própria, tendo rejeitado a ideia de “saneamento político”. Já Ana Jorge negou na quarta-feira as acusações da governante de que os administradores da instituição se teriam “beneficiado a si próprios”, defendendo ser preciso justificar essa declaração e realçando que, ao contrário do que foi dito, “os vencimentos são fixados pelo membro do Governo da área da Segurança Social”.