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Patricia Bensaude: acionista do Parque Terra Nostra destaca-se no turismo

Patrícia Bensaude é herdeira e gestora de um imenso património de atravessa várias áreas de negócio. Entre os mais conhecidos estão o turismo e hotelaria com o Parque e Hotel Terra Nostra e na distribuição a insígnia INSCO, que levou a Sonae para o Atlântico.

Patricia Bensaude Fernandes poderia não ser açoriana de gema, uma vez que os seus antepassados – Abraão, Elias e Salomão – só chegaram às ilhas do Atlântico em 1820, vindos de Marrocos. Mas tudo se deu e Patricia Bensaude é a matriarca do grupo de família originária de judeus sefarditas, tendo um vasto património.

A açoriana é, atualmente, acionista, já tendo desempenhado funções de presidente do conselho de administração do grupo Bensaude, cujos primeiros negócios começaram em trocas comerciais e serviços de navegação com o Reino Unido. Patricia Bensaude está este ano na lista das mulheres portuguesas mais poderosas dos negócios, situando-se na segunda posição, com 68 pontos, na categoria de Turismo, Hotelaria e Vinhos, elaborada pela Forbes Portugal.

O grupo Bensaude é o maior grupo privado dos Açores e tem alguns dos maiores negócios da Região Autónoma, indo desde a área do turismo, passando pela distribuição, energia, logística e área marítima e serviços. Apesar de algumas parcerias, o grupo empresarial açoriano está sempre presente na tomada de decisão.

Com 204 anos de história, o grupo açoriano continua a ser detido a 100% pela família Bensaude.

No segmento da energia, a empresária é dona da PetraAçores, da TerParque, J.H. Ornelas ou NSL Combustíveis, e na distribuição representa as insígnias da Sonae através da alçada da INSCO.

A aquisição do Parque Terra Nostra acontece em 1935, sob a visão de Vasco Bensaude, que inaugurou o Hotel Terra Nostra e fez crescer o parque. Atualmente, Patricia Bensaude tem um ‘pequeno’ império hoteleiro que se estende por oito hotéis nas ilhas de São Miguel, Faial e Terceira, ainda com o Hotel Açores Lisboa, inaugurado em 2005.

Além disso, o grupo Bensaude coordena também a rent a car Wayzor, que nasceu a partir do legado da Varela Rent a Car.

Mais recentemente, em 2019, Patricia Bensaude foi condecorada com o Grau de Comendador – Ordem do Mérito Comercial pela Presidência da República, sob a figura do Representante da República nos Açores. Este ano foi homenageada pela Associação de Seniores de São Miguel pelo seu percurso de vida, ao lado de outros seis conterrâneos.

De onde vem o império gerido por Patricia Bensaude?

Vamos dar uns passos atrás e perceber onde começa o império atualmente gerido por Patricia Bensaude, que se posicionava, no início do ano, no 33º lugar da lista dos mais ricos de Portugal, de acordo com a revista Forbes.

Com a chegada dos três primeiros elementos da família Bensaude aos Açores começou a construção daquilo que se vê hoje. Salomão Bensaude e Cª foi a primeira empresa familiar a surgir com o nome da insígnia, tendo sido criada a Fábrica de Tabaco Micaelense em 1866.

É conhecido que a família esteve ligada à fundação do Banco Totta e Açores em 1875, entretanto pertence ao grupo Santander.

Já no século XX, em 1902, a família esteve ligada à fundação da União das Fábricas Açorianas de Açúcar e, mais tarde, em 1937, inaugurou o primeiro campo de golfe da região, na zona das Furnas.

Por sua vez, o grupo adquire a J.H. Ornelas em 1951. Esta era uma empresa ligada ao abastecimento de combustível e permitiu alargar o leque de atuação do grupo ao setor automóvel, distribuição e comércio, que ainda hoje faz parte do ADN familiar.

Anos mais tarde, em 1979 e 1982, entraram no negócio dos seguros e criaram a Bentrans, empresa logística de serviços via terrestre e marítima para qualquer parte do mundo, respetivamente.

Só no fim do século XX é que decidem alargar o património da área turística e hoteleira até à ilha Terceira e ao Faial.

Ficará, certamente, muito mais por contar, tendo em conta os mais de dois séculos de história do grupo Bensaude e também da família. De fora, por exemplo, ficaram as histórias de empresas como a Empresa Insulana de Navegação, que ligava Açores e Madeira a Portugal Continental, e também a Parceria Geral de Pescarias, um dos maiores armadores da pesca de bacalhau.

[Artigo atualizado para corrigir imprecisões em relação à gestão do grupo por parte de Patricia Bensaude Fernandes, uma vez que se trata de um grupo familiar]