A oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Greenvolt está avaliada em 1,2 mil milhões de euros. Os norte-americanos do fundo KKR já contam com sete acionistas da Greenvolt a bordo (61% do capital), faltando conquistar o restante capital. Ejá avisaram que querem tirar a Greenvolt de bolsa se conseguirem ficar com 90% ou mais do capital.
A apoiar esta operação, que promete ser uma das maiores de 2024, está as sociedades de advogados Vieira de Almeida (VdA) pela Greenvolt, e a Uría Menéndez-Proença de Carvalho pelo KKR, apurou o JE.
Em termos de bancos de investimento, os franceses do Lazard Frères Banque, sediados em Paris, estão a assessorar a Greenvolt, enquanto os italianos da Mediobanca, sediados em Milão, apoiam o KKR.
O JE procurou obter uma reação da VdA e da Uría, mas as sociedades não comentaram.
Conforme apurou o JE, pela Uría Menéndez-Proença de Carvalho, a advogada Catarina Tavares Loureiro tem estado a acompanhar o processo; pela VdA, uma das advogadas com a operação é Francisca César Machado.
Recorde-se que há um ano a Greenvolt e a KKR tinham tido os mesmos assessores legais quando a empresa portuguesa anunciou um acordo com o KKR para a emissão de 200 milhões de euros em obrigações passíveis de serem convertidas em ações representativas do seu capital.
O conselho de administração da energética nacional, liderado por João Manso Neto, já se pronunciou sobre a oferta de 8,30 euros por ação, considerando-a “financeiramente justa e vantajosa para a implementação da estratégia da Greenvolt, para a implementação do seu plano de negócios, bem como para os seus colaboradores”.
Esta operação ainda terá de passar pelo crivo das autoridades de vários países: Portugal, Roménia, Irlanda, Reino Unido, Alemanha e Bulgária.
O presidente-executivo da Greenvolt já disse que acredita no projeto da energética, quando questionado se está disposto a ficar quando a OPA dos norte-americanos da KKR estiver concluída.
“Eu gosto de trabalhar, como sabem, e acredito muito no projeto, estes investidores já nos conhecem”, disse João Manso Neto recentemente.
O fundo norte-americano já disse estar comprometido com a Greenvolt no longo prazo, tendo por objetivo manter uma relação duradoura, com vista a desenvolver os projetos que a energética portuguesa tem em mãos.
O KKR é um “investidor de longo prazo” e está comprometido “em continuar a fazer crescer o negócio e a apoiar a construção dos projetos em pipeline”, disse fonte próxima ao processo ao JE quando a OPA foi lançada.
Esta fonte garante que o fundo tem “recursos financeiros disponíveis” adequados para a expansão do seu portefólio de ativos e que a retirada da empresa de bolsa vai dar “mais flexibilidade” operacional à Greenvolt para fazer investimentos sustentados de capital no longo prazo.
Só em termos de centrais solares e eólicas, a Greenvolt conta com um pipeline de 7,7 gigawatts.
Por sua vez, o KKR já investiu mais de 15 mil milhões de dólares na transição energética desde 2008.