A imaginação tem rédea solta. Não cabem nela quaisquer constrangimentos. Foi desta casa de partida que o empresário, ex-banqueiro, curador e editor Paulo Teixeira Pinto começou a imaginar um museu. Passaram mais de oito anos desde que fixou residência na região e conheceu o imponente edifício da Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo, entre o Barrocal Algarvio e a Serra do Caldeirão. Edificado no final dos anos 1950 para servir de armazém e área de transformação de produtos regionais, tem o traço modernista de Manuel Gomes da Costa. Desativados desde os anos 90, os silos foram intervencionados pelo ateliê Pedra Silva Arquitetos. Mais de quatro milhões de euros depois – financiados em 80% por fundos europeus, Programa Operacional CRESCAlgarve2020 –, o Museu Zer0 abriu finalmente ao público.
A ideia de work in progress é inerente ao conceito do museu, como explica ao JE Fátima Marques Pereira, curadora e programadora geral da abertura do Museu Zer0. “O conceito nasce de uma conversa com o fundador, Paulo Teixeira Pinto, que expressou o desejo de que o Museu fosse uma espécie de ‘oficina renascentista contemporânea’, um espaço em que a criação, a produção e o conhecimento coexistem de forma orgânica. Essa visão inspira o modo como o Museu se constrói: através das residências artísticas, da experimentação e da partilha de processos criativos.”
O zero convida a imaginar “0 t0d0”
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O Museu Zer0 abriu finalmente as portas. Ou melhor, as entranhas dos antigos silos de Santa Catarina da Fonte do Bispo, Algarve. Um local para se pensar o futuro coletivamente, para experimentar e partilhar o potencial do digital.