Criada em 1987, a Wiener Concert-Verein emergiu da Wiener Symphoniker, sendo hoje uma das mais respeitadas formações de câmara austríacas. Com um repertório abrangente – desde o classicismo vienense até à música contemporânea – tem-se destacado pela precisão interpretativa, coesão sonora e expressividade emocional que caracterizam a tradição musical vienense.
O ciclo de concertos tem início no dia 3 de novembro, na Musikverein-Brahms Zaal, em Viena, onde o maestro e compositor português, Nuno Côrte-Real, irá dirigir a orquestra naquela mítica sala de concertos austríaca. Apresenta-se, depois, em Portugal com o mesmo programa. “Departures”, da jovem compositora ucraniana Alisa Kobzar (n. 1989), escrita para orquestra de cordas, abre o ciclo colocando a tónica no diálogo entre a modernidade e a herança musical europeia. Segue-se a Sinfonia n.º 44 em Mi menor, Hob. I:44, “Luto”, de Joseph Haydn (1732–1809), composta entre 1770 e 1771 para a corte dos Príncipes Esterházy. Trata-se de uma das mais expressivas sinfonias do período “Sturm und Drang”, que se carateriza por uma escrita intensa e emotiva e surpreendentes viragens harmónicas.
A segunda parte do concerto é dedicada à música vocal, com as sete canções de John Dowland, compositor renascentista inglês, apresentadas numa orquestração de Nuno Côrte-Real. As obras de Dowland, de uma melancolia intemporal, são revisitadas aqui com uma nova paleta sonora que evoca o classicismo vienense. O programa encerra com uma seleção do ciclo Agora muda tudo, de Nuno Côrte-Real, sobre poesia original de José Luís Peixoto. Criado em 2017 para o décimo aniversário da Temporada DARCOS e distinguido com o Prémio Autores SPA 2018, este ciclo revela uma escrita profundamente expressiva, que funde a linguagem contemporânea com a intensidade emocional da palavra poética.
Concerto “Europa Sinfónica” liga épocas e geografias
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A conceituada orquestra austríaca Wiener Concert-Verein apresenta-se pela primeira vez em Portugal, onde irá interpretar obras do britânico John Dowland e da ucraniana Alisa Kobzar, de Haydn e do português Nuno Côrte-Real.
