Entrar no ateliê de José de Guimarães é mergulhar, primeiro, na sua veia de colecionador para, logo depois, nos encontrarmos com o artista plástico. Uma ‘separação’ fictícia, pois como o próprio diz ao JE, um e outro são “indissociáveis”, uma vez que “toda a minha obra se tem desenvolvido em torno de outras culturas”. As centenas de esculturas africanas que habitam o seu espaço de trabalho evidenciam essa “outralidade”, a abertura ao outro, a vontade de descodificar ritos e rituais, linguagens, códigos de comunicação alheios. É neste espaço, junto ao miradouro de Santa Luzia, em Lisboa, que o mundo se encontra com as criações de José de Guimarães, através dos muitos artefactos e figuras das culturas africana, chinesa e pré-colombiana com os quais partilha o seu ateliê.
O mundo plural e onírico de José de Guimarães
Entrevista : Nasceu em Guimarães e adotou o nome da terra natal para assinar as suas obras. O reconhecimento internacional das suas múltiplas facetas chegou cedo. Pintor, escultor, colecionador, antropólogo amador, designer involuntário, José de Guimarães é uma mente inquieta e curiosa que não desiste de descobrir o que pode aproximar as civilizações.
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