Ninguém podia entrar no quarto a não ser a Encarnação, a empregada da casa, que já estava avisada para não dizer a ninguém o que lá se passava. Era um quarto coberto por cartolinas com a matéria de Biologia que era preciso saber para passar no exame que lhe permitia a entrada no ensino superior. Foi a motivação que o levou ao impensável - “Alguma vez alguém na vida acreditava que três ou quatro anos antes eu faria uma coisa daquelas?!” -, e, por isso, todos os dias o despertador tocava mais cedo do que o habitual para “marrar e meter aquilo tudo na cabeça”. O resultado: 17 na prova de Biologia. Tinha acabado de entrar em Coimbra, no curso que queria, Licenciatura em Educação Física, à primeira.