Os Beatles aparecem pela primeira vez na televisão britânica a 13 de outubro de 1963. Foi o começo oficial da Beatlemania, que ameaçava explodir desde o lançamento do primeiro disco da banda. A expressão pode parecer inofensiva para aqueles que nunca viram – ao vivo ou na televisão – a loucura que tomava conta dos fãs da banda. E se no estúdio de televisão a gritaria os impedia de se ouvirem quando tocaram She Loves You, o “yeah, yeah, yeah” do refrão mandou a casa abaixo e passou a ser o grito de guerra de toda uma geração.
Ofenómeno fazia sentir-se mais por terras da Velha Albion, mas quando a banda de Liverpool conquista pela primeira vez o primeiro lugar nos tops britânicos com o single Please, Please Me, o mundo não voltou a ser o mesmo. A 22 de março de 1963 é lançado o primeiro disco de estúdio, também intitulado Please, Please Me. Foi gravado em apenas algumas horas no dia 11 de fevereiro, com o repertório que a banda costumava tocar ao vivo. Em abril sai o single From Me To You, que também tomou de assalto o pódio dos tops. Oestrondo provocado pelos “Fab Four” não se ficou pela ilha. Chegou a todo o planeta e mudou o curso da história da música.
Foi por esses dias escaldantes que entrou em cena a Pentax de 35mm de Paul McCartney. Com ela registou os dias que a banda passou em seis cidades – Liverpool, Londres, Paris, Nova Iorque, Washington e Miami. Mostram tanto os bastidores de salas como Lewisham Odeon, London Palladium e Finsbury Park Astoria, como a ida ao programa de televisão Juke Box Jury, que chegou aos 23 milhões de espetadores. Mais um sinal do tsunami que aí vinha. The Beatles Christmas Show e a residência de três semanas no Olympia, a mítica sala parisiense, ampliaram mais ainda a fama da banda que atraía mares de gente, provocava desmaios e cenas de histeria coletiva. Ou aquilo que os historiadores rotularam de primeiro fenómeno global da cultura de massas.
O ano em que a Beatlemania tomou conta do mundo
Acabou de inaugurar na Gagosian, em Londres, “Rearview Mirror: Liverpool–London–Paris”. A exposição reúne fotografias do arquivo pessoal de Paul McCartney, que se julgava estarem perdidas, tiradas pelo próprio nos primórdios desse fenómeno que ficou para a história como Beatlemania.
