Num quadro em que há uma nova ordem mundial em construção – por muito que ninguém saiba qual é o sentido dessa construção – as afinidades histórico-culturais podem ser um cimento com forte importância, que poderá fazer da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) um grupo distintivo. Vários analistas apontam para este conceito – e um deles, Jaime Nogueira Pinto, vai mesmo mais longe (como disse há meses num colóquio organizado pelo JE), ao afirmar que “as complementaridades económicas também contam muito”. Talvez o grande desafio da lusofonia em 2024 seja o crescimento dessas complementaridades – consolidadas com o Brasil, numa fase de aprofundamento com Angola (apostada na diversificação da sua economia), mas mais atrasada noutros casos.