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Não há nenhuma paz no futuro próximo da Ucrânia

Apesar de todos os encontros entre russos, norte-americanos e ucranianos, o Kremlin mantém-se irredutível, bloqueando qualquer avanço. Os europeus assistem sem ‘voto na matéria’.

Apesar das declarações dos envolvidos nas negociações de um plano de paz para a Ucrânia – exclusivas da dupla Estados Unidos e Rússia – são poucos os que acreditam que a paz esteja para breve, O secretário-geral das Nações Unidos, António Guterres, faz parte desse grupo: citado pela agência Reuters, Guterres disse esta semana que “a guerra entre a Rússia e a Ucrânia está longe de ter uma solução”. O próprio presidente norte-americano, Donald Trump admitiu, no mesmo dia em que delegações dos dois países se voltavam a encontrar, desta vez em Moscovo, que a questão é de muito difícil solução.
No final de mais uma ronda de negociações, ambas as partes trataram de observar que o encontro de Moscovo tinha sido “produtivo” e “correto” – mas não conseguiram exibir um único ponto onde tivesse havido qualquer avanço significativo. No dia seguinte ao encontro, os relatos na comunicação social dos dois países eram fundamentalmente coincidentes: a Rússia, ou mais propriamente o seu presidente, Vladimir Putin, não abre mão de três pontos fundamentais. A saber: o reconhecimento internacional de que a Crimeia e o leste da Ucrânia passam a ser território russo; a impossibilidade (constitucional) de a Ucrânia entrar na NATO; e a redução da dimensão do aparelho militar ucraniano. Está claro para todos que o não preenchimento de todos estes três pontos por parte dos envolvidos é o suficiente para a Rússia manter a invasão militar à Ucrânia. Na prática, nem as conversas em Istambul, nem a cimeira de agosto no Alasca entre Trump e Putin, nem as cinco visitas anteriores de Witkoff a Moscovo resultaram numa suavização da posição do Kremlin ou na remoção da sua retórica belicista – nomeadamente contra a Europa.

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