Skip to main content

Maduro pode estar pronto a abandonar o poder se for amnistiado

Pressão dos EUA incluiu ataques por terra – que os analistas consideram possível que sucedam em data próxima de 10 de dezembro, dia em que María Corina Machado recebe o Nobel da Paz na Noruega.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, confirmou que falou recentemente ao telefone com Donald Trump, tendo-se referido à conversa, que estabelecida a partir da Casa Branca em Washington para o Palácio de Miraflores na Venezuela, como cordial, diplomática e elevada. “Posso dizer que foi uma conversa cordial. Se este telefonema significa que estão a ser dados passos para um diálogo respeitoso entre países, então o diálogo é bem-vindo, a diplomacia é bem-vinda” porque “procurará sempre a paz”, afirmou – num tom que nenhum comentador esperava e que terá apanhado desprevenido até o povo venezuelano. Na sequência deste telefonema, a agência Reuters disse, citando fontes anónimas mas numerosas, que Maduro terá indicou a Trump que estaria disposto a deixar a Venezuela se ele e a sua família fossem amnistiados, se as sanções dos EUA fossem levantadas e se o processo no Tribunal Penal Internacional fosse arquivado.
Mas, para todos os efeitos, a pressão exercida sobre a Venezuela – que muitos analistas consideram ter como causa o interesse norte-americano sobre o petróleo venezuelano e não qualquer iniciativa contra os cartéis de droga do país (bem menos ativos que os mexicanos, por exemplo) – não esmoreceram. O maior porta-aviões do mundo continua estacionado nas imediações e mais aviões de guerra têm sido transferidos para ali – ao mesmo tempo que outros navios de guerra se lhe têm juntado. Por outro lado, Trump anunciou esta terça-feira que o Pentágono se prepara para ordenar “ataques em terra” na Venezuela – culminando uma série de ações que tiveram lugar no mar, com o recurso a aparelhos voadores. María Corina Machado, a líder de facto da oposição venezuelana ao regime de Maduro, tem apoiado o envio de navios militares dos Estados Unidos em direção à costa venezuelana e a estratégia de explodir barcos que se considerem levar droga para território norte-americano. A líder oposicionista chegou mesmo a dizer que a opção pelos ataques terrestres seriam uma forma eficaz de assediar o regime – mas entretanto passou a apelar ao “baixar das armas”.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico