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Muro LX_23 à boleia da mobilidade

À 5ª edição, o Festival MURO LX_23 convoca um tema transversal e central à dinâmica das cidades, a mobilidade. Até 29 de outubro, o “Muro que nos move” vai percorrer Lisboa entre o rio e as colinas.

O MURO, Festival de Arte Urbana de Lisboa, celebra este ano a sua quinta edição e partilha com o público um aniversário simbólico, i.e., os 15 anos de existência da GAU – Galeria de Arte Urbana, ambas iniciativas da Câmara Municipal de Lisboa. Sob mote da mobilidade, o objetivo é apresentar uma programação diversificada, entre graffiti e street art, concertos, workshops e masterclasses, wall of fame, cinema e conversas, passando por um comboio (sim, já iremos a este assunto) e uma estreia com as Silver Wars.

Tudo isto acontece nas freguesias da Misericórdia, Estrela, Alcântara e Belém, onde se dá forma ao “MURO que nos move”, e, paralelamente, num comboio da CP, que começou a circular no início de outubro e que serviu de teaser do MURO LX_23. O talento de Kampus, artista luso-brasileiro que faz crítica social com humor, e dos Malibu Ninjas, um coletivo que desconstrói a condição humana, plasma-se em três carruagens viniladas, num apelo em movimento para a importância crescente de a cidade ser pensada enquanto espaço acessível, conectado e centrado nas necessidades das pessoas para se criar uma lógica de mobilidade eficiente e sustentável.

Desde o início do MURO que o graffiti tem sido a expressão artística chave do festival e, nesta edição, esse protagonismo mantém-se, seja através de intervenções em empenas de grande dimensão, na Lx Factory, pelos artistas Pariz One, Sem e Vile, seja na exposição “Dedicated Remake”, que conta com a participação de artistas de referência da história do graffiti em Portugal, como Eko, Mosaik, Sen e Exas, sem esquecer o “Wall of Fame” organizado pela Dedicated, que terá a “pegada” das crews GVS e FYA. Onde? No muro da estação de Alcântara-Terra.

E já que estamos em Alcântara, destaque para uma das mais importantes intervenções desta edição, a Passagem Inferior de Alcântara, que se encontra em elevado estado de deterioração. Esta passagem pedonal funciona como vaso comunicante e, para a sua recuperação, foi necessário um trabalho de articulação entre as entidades privadas envolvidas – Allo Escritórios, CUF, GALP, Grupo Arié e IP – e as intervenções artísticas de Bisco Smith, Marvilab, Obey SKTR, Oker, Sepher AWK, Sofles e Spray Lover (WEK).

Aquele que é apenas o primeiro passo da intervenção de requalificação para o Nó de Alcântara, não deixa de ser relevante para os habitantes e utentes deste emblemático eixo pedonal, pois permitiu a melhoria das rampas de acesso e das condições de iluminação, higiene e segurança. Pormenor não despiciendo é a criação de uma galeria expositiva neste espaço, cuja programação a iniciar em 2024 terá a ‘chancela’ da GAU - Galeria de Arte Urbana.

Hip Hop, Silver Wars e mobilidade social e cultural

O Hip-Hop Museu quer ficar na memória dos visitantes, com as suas 800 latas customizadas, em mais uma proposta da Dedicated, desta vez em conjunto com a Block Party (B-Boys, rappers, mc’s e dj’s), que celebram o Hip Hop com três sessões de visitas, de 24 a 26 de outubro.

As Silver Wars resultam de uma Open-call lançada a 17 de outubro a crews de graffiti para pôr as latas ao serviço da criatividade numa batalha que promete ser épica. Fique atento, pois o local a intervir só será conhecido no próprio dia. Para o Concerto Palestra – Válvula, com António Jorge Gonçalves, a desenhar ao vivo, e o rapper LBC Souldjah, não tem de esperar por qualquer revelação. Aqui, manda o ritmo das batidas com que a Skoola vai agitar o Metro do Cais do Sodré: Chelas é o Sítio convoca o tema da mobilidade social e cultural, e traz na bagagem Danny the Dawg, Rato do Chinês, Sam The Kid & DJ Big em DJ set.

O “Muro que nos move” vai estar imparável até dia 29 de outubro. A programação é tão vasta quanto os 200 mil metros do perímetro de intervenção e, também, diversa, pois o MURO sabe que a cidade é plural, feita de muitos públicos. Conheça melhor o projeto que pretende desenvolver o conhecimento e estimular a criação de novas perspetivas artísticas sobre a cidade, e aventure-se na programação do MURO LX_23.