Os investidores ainda acreditam no potencial da Tesla, mesmo quando os últimos do construtor de automóveis elétricos não são os melhores.
Desde o início do ano, os títulos da Tesla, cotados na bolsa norte-americana Nasdaq, caíram 42,8%, até 22 de abril, para 142,05 dólares na última sessão antes da apresentação dos resultados do primeiro trimestre do ano.
Os resultados trimestrais saíram abaixo do esperado, mostrando uma quebra de 13% das receitas do negócio automóvel, para 21,378 mil milhões de dólares (cerca de 19,995 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual). O número de veículos vendidos recuou 8,5%, comparando com o ano anterior, mas recuou 20,1%, face ao trimestre anterior, para 386,8 mil viaturas, abaixo das expectativas mais pessimistas dos analistas.
A quebra é explicada pela disrupção temporária da cadeia de abastecimento, por causa da crise provocada pelos ataques dos Houthis iemenitas no Mar Vermelho, mas também por um incêndio provocado por ativistas ambientais na fábrica alemã e por atrasos na renovação da linha da fábrica de Fremont, na Califórnia.
Depois, na China, a Tesla está a enfrentar uma forte concorrência de fabricantes nacionais de veículos elétricos, com preços mais baixos, incluindo a BYD e a recém-chegada ao mercado Xiaomi. Isto levou, mesmo, à redução da produção dos modelos 3 e Y em Xangai e à redução dos horários dos trabalhadores de 6,5 dias semanais para cinco.
Por causa da concorrência, a empresa norte-americana sido forçada a baixar os preços de venda dos seus modelos nos diferentes mercados, inclusive no mercado português.
No entanto, tudo mudou com as declarações do líder da empresa, Elon Musk, numa conferência telefónica com analistas, onde anunciou que o modelo low cost, por que o mercado espera, será comercializado mais rapidamente do que o esperado.
“Em termos de novos produtos, tem havido muita conversa sobre a nossa próxima linha de veículos nas últimas semanas. Atualizámos a nossa futura linha de produção para acelerar o lançamento de novos modelos antes da data anteriormente prevista para o início da produção, no segundo semestre de 2025”, disse Musk. “Esperamos que seja mais no início de 2025, se não no final deste ano”, acrescentou.
Disse, ainda, que os novos veículos, incluindo os modelos mais acessíveis, utilizarão soluções da próxima geração de automóveis, bem como aspetos das plataformas atuais e poderão ser produzidos nas mesmas linhas de produção.
Em resposta, os títulos da Tesla valorizaram-se 12% na sessão bolsista de quarta-feira, e ontem voltaram a subir. Face à cotação da última sessão antes da apresentação de resultados, a valorização é superior a 18%, para mais de 168 dólares por ação.