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KKR pôs à venda 700 milhões de malparado que comprou ao Novobanco em 2018

Na shortlist para avançar com propostas vinculativas (binding-offers) estão três candidatos. O consórcio Balbec - LX Partners; o fundo britânico LCM Partners e a Arrow Global. As propostas vinculativas têm de ser entregues até dia 2 de outubro próximo.

O fundo KKR, que em 2018 ganhou a corrida pela compra de uma carteira de crédito problemático no valor de 1.750 milhões que o Novobanco pôs à venda, está a revender 700 milhões de euros dessa carteira apelidada de projeto “Nata”, sabe o Jornal Económico.

Na corrida, na shortlist, para avançar com propostas vinculativas (binding-offers) estão três candidatos, o consórcio Balbec - LX Partners; o fundo britânico LCM Partners e a Arrow Global.

As propostas vinculativas têm de ser entregues até dia 2 de outubro próximo, segundo as nossas fontes.

A KKR quer fechar o fundo que comprou os ativos ao Novobanco e por isso avançou com a venda.

A carteira de crédito malparado que o fundo da KKR está a vender é crédito secured, ou seja, com garantias, pelo que o “projeto Nata” é essencialmente Real Estate (imobiliário).

A operação realizada em 2018 envolveu mais de 100 mil exposições de crédito que foram compradas pelo consórcio KKR/LX Partners por 505 milhões de euros e gerou perdas de 110 milhões de euros ao banco, dos quais cerca de 85 milhões de euros foram cobertos pelo Fundo de Resolução.

A Nata I foi a primeira grande venda em pacote de ativos não produtivos (créditos em risco) feita pelo Novobanco. Em 2018, quando o "projecto Nata" foi vendido ao KKR, havia duas tranches. A primeira era no montante de 550 milhões de euros com empréstimos de 54 grandes empresas, enquanto a segunda tranche de 1,2 mil milhões se referia a malparado de mais de 62 mil empresas.

Os mesmos candidatos, que estão na fase final do "Projecto Nata" [consórcio Balbec - LX Partners; o fundo britânico LCM Partners e a Arrow Global], estão também a disputar o "Projecto Swift" de crédito malparado do BCP, sem garantias, de 90 milhões de euros, cujas propostas vinculativas têm de ser entregues até ao próximo dia 18 de setembro.

“Portugal parece-nos particularmente atrativo neste momento, porque existe uma ampla oferta de empréstimos não produtivos e semi-produtivos e menos concorrência do lado da procura”, afirmou a Balbec em comunicado citado pela Bloomberg, esta terça-feira, quando noticiou a conclusão do “Projeto Cascais”.

O Jornal Económico já tinha noticiado que este negócio deveria ficar fechado até ao fim do Verão e que o investimento da gestora de fundos norte-americana na empresa portuguesa, fundada por Bernardo Simões e Vittorio Calvi di Bergolo, rondaria os 250 milhões de euros.

A parceria abrange a gestão do portfólio atual de crédito malparado (Non Performing Loans) que soma 5 mil milhões de euros, dos quais 4 mil milhões são crédito unsecured (sem garantias) e os outros mil milhões crédito secured (com garantias).

No futuro, a Balbec e a LX Partners trabalharão em conjunto na apresentação de propostas para carteiras garantidas, não garantidas e mistas, com a LX a assegurar o servicer segundo a Balbec.

A gestora gere mais de 6,3 mil milhões de dólares, segundo o comunicado. No ano passado, assegurou cerca de 465 milhões de dólares em compromissos para o seu sexto fundo que planeia investir em carteiras de empréstimos ao consumo, residenciais e comerciais.