A nova candidata democrata às presidenciais dos Estados Unidos – a vice-presidente Kamala Harris – entrou de rompante na campanha eleitoral e optou, com alguns riscos associados, por radicalizar a sua postura face ao que está em jogo. Esses riscos são pelo menos três. À cabeça, as campanhas radicais são a especialidade do seu oponente, o republicano Donald Trump – que já deu mostras de estar muito à vontade no sistema. Aliás, como chamou a atenção o analista Francisco Seixas da Costa, “Trump tentou, no final da Convenção Republicana, uma postura mais de estadista” que acabou por não lhe correr bem. “Deixou-se rapidamente daquilo”, comentou, e voltou ao seu tradicional registo de acusações, vilipêndios e denúncias pouco fundamentadas.