O Renegade foge às convenções, aproveita o antigo espírito off road, converte o difícil manuseamento dos instrumentos num jogo de crianças e é, essencialmente, um brinquedo para adultos com poder de compra.
A Jeep, integrada no grupo FCA, não trouxe algo absolutamente novo, mas conseguiu com este Renegade 4x4 de 170 cv ir buscar às raízes aquilo que a Jeep sempre quis: ser rei no off road com o espírito SUV. E, sendo divertido, não é para todas as bolsas. O veículo de teste ronda os 63 mil euros, o que é elevado mas, como em todos os carros, as compras são feitas por paixão.
Mas o que faz pequenos e graúdos suspirarem por um genuíno Jeep, quer de nome, quer de comportamento? Antes de mais, falemos da tração e do motor de um dos mais pequenos crossovers do mercado. O motor é um 2 litros Multijet II com 170 cv de potência, algo que se nota nas subidas íngremes mas que não lhe permite fazer velocidade. Com o nickname de Trailhawk e onde é possível selecionar o modelo de condução em conformidade com o terreno e a aderência, para quem gosta só de tração dianteira o modo de condução é o “auto”, mas também oferece o modo snow e que mais não é que a tração integral controlada que reduz a subviragem; e para quem se quer armar em especialista de todo-o-terreno a opção é mesmo a sand and mud. Com tração total low, maximiza a aderência a baixa velocidade e promove a rotação das rodas. A suspensão é independente às quatro rodas e tem uma altura ao solo acima daquilo que encontramos em outros pequenos crossovers. As redutoras não desiludiram e mesmo a caixa automática de nove velocidades consegue um excelente comportamento, tanto em terra como em estrada pavimentada. Um senão no “esticar” das relações de caixa, algo que poderá no futuro ser melhorado.
O construtor indica 8,9 segundos dos 0 aos 100 km, mas estivemos longe de o conseguir e claramente este é um off-road com reações lentas em estradas, algo a que não será estranho o peso deste 4x4. Isto não significa que não seja um dos carros mais divertidos de conduzir, até porque se dá bem em qualquer piso e tem condições para se superiorizar à concorrência.
Em termos de design, o ponto forte do Renegade é o facto de ser ”quadradão” e não ter linhas arrojadas. Isto significa que se trata de um design para recordar linhas vintage que, naturalmente, arrisca vir a torná-lo um ícone. A frente é distinta, com um parachoques que se destaca, além de uma altura mais elevada do que outros modelos com menos potência. Entre os adereços de equipamento opcional e que vale a pena o investimento está o pack full LED, com a função máximos e luzes traseiras em LED, e que custa mais mil euros. O pack infotainment com o sistema multimedia Uconnect Rádio e sistema de som hi-fi com nove altifalantes vale os 1600 euros, enquanto a câmara de estacionamento traseira e o sistema de deteção de ângulos mortos são mais 650 euros bem aplicados.