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Israel: China intensifica comprometimento diplomático para parar a guerra

Uma cimeira que decorreu em Pequim esta segunda-feira e um encontro especial dos membros dos BRISC sobre a guerra em Israel dão nota das movimentações de Xi Jinping em torno do assunto.

O regime de Pequim recebeu delegações de ministros das Relações Exteriores da Autoridade Palestiniana, Indonésia, Egipto, Arábia Saudita e Jordânia para lançar conversas com o objetivo de encontrar uma solução para acabar com a guerra na Faixa de Gaza. A cimeira, durante a qual a China se comprometeu a trabalhar para "restaurar a paz no Oriente Médio", é vista como parte de um esforço de Pequim para intensificar o seu papel internacional, segundo avança a Al Jazeera.

Mas a China não se fica por aqui: a imprensa chinesa revela que hoje mesmo, terça-feira, e a convite do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o presidente Xi Jinping, participará numa cimeira dos BRICS (em vídeo) sobre questões ligadas ao processo da guerra em Israel e que “fará um importante discurso”.

O Kremlin também emitiu uma nota sobre a matéria, onde era explicado que Vladimir Putin também participará na cimeira online, segundo adianta a agência TASS. Para além da África do Sul (que preside neste momento à estrutura, o encontro terá a presença do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, enquanto os novos membros da (Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Irão e Emirados Árabes Unidos) foram convidados a participar.

De regresso a Pequim e à cimeira com os países muçulmanos, Al-Maliki, da Autoridade Palestina, acusou Israel de tentar “pôr fim à presença do povo palestiniano no que resta da sua terra histórica", refere a AFP.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Egipto disse que o deslocamento de palestinianos da Faixa de Gaza ameaça a paz, a segurança e a estabilidade na região e no mundo. “O Egito está a fazer todos os esforços para levar ajuda à Faixa de Gaza através da passagem de Rafa, mas a política de Israel de obstruir a entrada de ajuda é sistemática e destinada a pressionar os palestinianos a deixarem o enclave sob o peso de bombardeios e cerco", disse aquele responsável.

Citado pela Al Jazeera, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse aos diplomatas em presença que o seu país observa "o desastre humanitário que está se a desenrolar-se em Gaza" e que tem de ser interrompido. "A situação em Gaza afeta todos os países do mundo”, disse, antes de pedir à comunidade internacional que "aja urgentemente" para evitar que a guerra se espalhe.

O enviado de Pequim para o Oriente Médio, Zhai Jun, visitou a região no mês passado em busca de uma solução para acabar com a guerra e tem conversado com a Rússia para trabalharem juntos para ajudar Israel e Palestina a chegarem a uma solução de dois Estados. A importância destes encontros decorre do facto de os dois países fazerem parte do Conselho de Segurança da ONU.

Wang Yi destacou que Pequim é " amigo de países árabes e muçulmanos". "A China está firmemente com a justiça e a equidade neste conflito". “Estamos dispostos a trabalhar em conjunto com os países árabes e islâmicos para fazer esforços incessantes para resolver a guerra em Gaza o mais rápido possível", acrescentou.

O encontro em Pequim marca os 35 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e a Palestina. Wang Yi trocou mensagens sobre a matéria com o seu homólogo da Palestina, Riyad Al-Maliki. Wang Yi disse que a China sempre apoiou firmemente a causa do povo palestiniano de restaurar os seus direitos nacionais e que o seu país sempre defendeu um cessar-fogo imediato, a proteção dos civis, o alívio da crise humanitária e a implementação da “solução de dois Estados”. Riyad Al-Maliki disse que a Palestina apoia firmemente as iniciativas propostas pelo presidente chinês e continuará a seguir firmemente a política de uma só China – referindo-se evidentemente ao caso de Taiwan.

Entretanto, ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, os jornais norte-americanos perguntaram se um acordo sobre os reféns mantidos pelo Hamas em Gaza (presume-se) está perto de ser alcançado. "Acredito que sim... Sim", respondeu, acrescentando que não queria falar mais sobre o assunto.