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“Investidores não querem saber se somos da Europa ou de Silicon Valley”

Nuno Fonseca, CEO da portuguesa Sound Particles, criou a empresa em Leiria, mas, neste momento, 60% dos clientes são da Califórnia.

Lisboa foi novamente palco da cimeira de investidores em capital de risco. Empreendedores, venture capitalists e mundo corporate juntaram-se entre os dias 6 e 7 de junho na Cordoaria Nacional para, informalmente, unir esforços e melhorar oportunidades de financiamentos. A Lisbon Investment Summit recebeu mais de 200 investidores, 750 startups, e 400 executivos de empresas de grandes dimensões, que se reuniram nos clássicos puffs no chão e entre mensagens de parede como “Aprende com os disruptores” e “Encontra o teu investidor de sonho”.
A Euronext aproveitou a ocasião para aliciar mais empresas tecnológicas a tornarem-se públicas. O grupo pan-europeu que gere a Bolsa de Lisboa considera que as empresas mais jovens devem optar por um IPO (Oferta Pública Inicial) se quiserem ganhar visibilidade e credibilidade, financiamento, diversificação da estrutura acionista, liquidez e evitar que os investidores se apoderem da empresa, preservando o controlo da mesma. “O mercado de capitais é a Liga dos Campeões. Só pelo facto de uma empresa estar cotada aumenta significativamente a sua legitimidade e a forma como os clientes olham para ela”, defendeu Filipa Franco, head of listing da Euronext, acrescentando que há vários casos de empresas ainda em early stage que se juntaram a estas praças financeiras da Europa. Filipa Franco argumenta que, para que o IPO seja bem sucedido, é necessário construir uma base de confiança, de forma a fechar a operação a um bom preço. Há essencialmente cinco ingredientes nessa receita: ter um modelo de negócio sólido; ter uma estrutura financeira sustentável; definir os termos da operação para assegurar a liquidez; garantir uma avaliação justa, com base nas condições de mercado. Além disso, a representante da Euronext referiu que é preciso desenhar uma estrutura de comunicação clara, coerente e consistente. “Porque, ao início, sabe-se quem foram os investidores do IPO mas depois, assim que começam a negociar, perde-se essa identidade. Pode ser qualquer pessoa em qualquer lugar. Logo, requer uma informação rigorosa”, clarificou aos curiosos com outras fontes de financiamento.

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