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Guerra judicial entre gigantes do luxo continua

Grupo francês liderado por Bernard Arnault não vê razões para acelerar o processo em tribunal e acusa a Tiffany de tentar apressar decisão.

O confronto judicial entre a LVMH – holding que detém marcas como Louis Vuitton e Christian Dior – e a Tiffany & Co não dá sinais de adoçar. Esta quinta-feira o grupo liderado por Bernard Arnault tentou bloquear a tentativa da empresa de joalheria de acelerar os procedimentos legais para forçar a francesa a cumprir o acordo fechado em 2019 e fracassado na semana passada.
Em comunicado, a LVMH afirma que não vê nenhuma razão para acelerar o caso e argumenta que ter um julgamento daqui a seis-sete meses permitiria às partes prepararem-se adequadamente. “A Tiffany não oferece nenhuma razão para que este tribunal mova montanhas e conduza um julgamento completo envolvendo factos complexos e descobertas internacionais em menos de dois meses e no meio de uma pandemia global”, defende a empresa.
A holding acusa a Tiffany, que a processou num tribunal em Delaware, de tentar apressar uma decisão judicial para evitar o escrutínio à sua gestão da pandemia de Covid-19, tendo em conta que a audiência está marcada para o próximo dia 21 de setembro.
As marcas de artigos de luxo haviam chegado a acordo de comprar e venda em novembro de 2019, num negócio com um valor total de 16,2 mil milhões de dólares (aproximadamente 14,8 mil milhões de euros).
A aquisição da loja imortalizada no filme “Breakfast at Tiffany’s”, protagonizado por Audrey Hepburn, seria a maior de sempre do grupo francês e uma ponte para a expansão no mercado norte-americano. A intenção de avançar com esta operação não foi uma enorme surpresa para o setor, tendo em conta que Bernard Arnault (presidente da LVMH) já andava a “piscar o olho” à marca desde a compra da Bulgari em 2011 por 5,2 mil milhões de dólares, mas no final de outubro a oferta começou a ganhar contornos, acabando por cair por terra este ano.
Fundada em 1837, a Tiffany emprega mais de 14 mil pessoas e conta com 300 lojas. No entanto, a empresa de Nova Iorque, cuja loja principal se localiza na Quinta Avenida, sofreu uma queda nas vendas de joias nos últimos meses por causa do lockdown.

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