Com a Assembleia Nacional tripartida entre forças com poucos vasos comunicantes entre si, o presidente Emmanuel Macron acumula opções antes de decidir. E a mais recente é uma espécie de terceira via, que passaria por convidar o Les Républicains (que ficaram em quarto lugar nas eleições) a formar um governo para o qual convergissem apoios do Ensamble (a coligação que apoia Macron) e uma parte da Nova Frente Popular (que ficou em primeiro lugar). Esta solução teria dois alvos ‘secundários’: por um lado, tentaria não hostilizar de todo a extrema-direita (que ficou em segundo lugar e não tolera qualquer governo da esquerda); e, por outro, podia dividir a esquerda entre a ala mais radical (o France Insoumise e o Partido Comunista) e a mais moderada (Partido Socialista e Ecologistas). Para os analistas, esta solução – que à partida é tão boa ou tão má como as várias outras que estão à disposição de Macron – teria ainda um objetivo ‘escondido’: enfraquecer a coligação, cuja ‘cola’ todos sabem ser pouco sólida. E desmotivar uma eventual futura proposta comum para as eleições presidenciais de 2027.