Ainda envolvido no estado de graça que o fez atingir uma das mais expressivas vitórias de que há memória no Reino Unido, o novo primeiro-ministro, o trabalhista Keir Starmer, ainda não foi definitivamente claro sobre os instrumentos de que vai lançar mão para promover o prometido desenvolvimento económico. Com algumas consultoras e bancos de investimento a demonstrarem uma curiosidade que está prestes a ruçar o desconforto, os britânicos têm conhecimento apenas de grandes traços estratégicos – como sejam o relançamento dos serviços públicos, talvez a mais nomeada de todas as apostas ao longo da campanha eleitoral. Sendo certo que esta aposta custa dinheiro, ainda não há uma evidência de como isso sucederá – mas o mais certo é que os trabalhistas tenham de exercer pressão sobre o lado da despesa do Orçamento para cumprirem o prometido. Com as perspetivas de crescimento para 2024 a resultarem muito conservadoras na maioria das dezenas de researchs que inundaram a comunicação social desde o dia das eleições – avolumam-se as suspeitas de que o crescimento da despesa pode ter influência perniciosa na dívida.