Aadvogada Inês Carrilho considera que parte dos terrenos da Portela, onde se localiza o Aeroporto de Lisboa, podem ser uma oportunidade de investimento em imóveis para arrendamento acessível quando o aeroporto for encerrado e passar de vez para o Campo de Tiro de Alcochete. Em entrevista ao podcast “Falar Direito” do Jornal Económico (JE), a sócia da pbbr defende que esta opção responderia à “pressão enorme em conseguir ter mais oferta de habitação”.
“Numa zona que sabemos que é tão central, onde está o aeroporto de Lisboa - que não fica tão longe como noutros sítios – faria sentido dinamizar. É um sítio interessante para colocar alguns terrenos no arrendamento acessível, para tentar ter aqui um foco em que investidores teriam oportunidade de construir projetos de raiz para este mercado de arrendamento acessível”, afirmou Inês Carrilho, no programa que será transmitido na segunda-feira no site e redes sociais do JE.
Questionada sobre as 30 medidas da habitação apresentadas pelo Governo na semana passada, a sócia da pbbr destacou essencialmente a revisão do Simplex do licenciamento urbanístico e o apoio aos jovens, que receberam garantia pública para viabilizar o crédito habitação na compra da primeira casa e isenção de IMT em imóveis até 316 mil euros.
“Os jovens tinham sido um bocadinho esquecidos no primeiro pacote Mais Habitação e agora há uma preocupação do Governo com a dificuldade da compra da primeira casa e com o arrendamento. É uma medida que tem uma vertente social necessária e que se calhar também permite – não a curto prazo, mas no médio ou longo – que os próprios promotores vejam este mercado com capacidade e como público-alvo”, antevê.
Numa primeira leitura, Inês Carrilho acha que as medidas correspondem às necessidades do mercado, nomeadamente dos promotores imobiliários devido à aplicação de IVA à taxa de 6% nas obras e serviços de construção e reabilitação. “Tem uma aplicação muito prática na redução efetiva do custo das casas. É importante que seja uma medida orientada, como o Governo pretende, para não ter como efeito o aumento do lucro dos promotores, mas sim a descida do preço das casas”, ressalvou. Porém, sublinha que os investidores mostram “algum receio” que a redução deste imposto só aconteça no final da legislatura.
A sociedade liderada por Pedro Pinto tem estado envolvida em várias transações, nomeadamente através de assessoria jurídica à RE Capital na aquisição de um dos terrenos incluídos na carteira Eleanor do Novobanco ou apoio legal à Tage Une Fois – Investimentos Imobiliários, participada pela Atenor e pela Besix Real Estate Development, na venda do novo edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.