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Época de resultados positiva, mas futuro é incerto

Os resultados empresariais apresentados até ao momento têm sido positivos, mas irá a tendência manter-se no segundo trimestre?

Com mais de metade das empresas a terem apresentado os seus resultados referentes ao segundo trimestre nesta época de resultados em Wall Street, já é possível retirar algumas conclusões relevantes dos números.

Numa tentativa de caraterização destes, talvez a melhor escolha seja: surpreendentemente positivos.
De acordo com dados da Factset, até ao final de julho 56% das empresas presentes no S&P 500 já apresentaram resultados. Destas, 73% apresentaram leituras (de lucros) acima do esperado, ficando apenas ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos de 77%. Não obstante, as perspetivas para a segunda metade do ano são consideravelmente mais incertas, isto numa altura em que a economia norte-americana entrou em recessão técnica.

Ao analisar os relatórios de contas foi possível observar uma tendência, tendo várias empresas indicado que, apesar dos números robustos dos três meses até junho, a segunda metade do ano poderá ser consideravelmente mais desafiante. Um exemplo é a Walmart, que alertou que os lucros de 2022 deverão cair entre 11% e 13%, consideravelmente abaixo das previsões de contração de 1%. O aumento dos custos dos bens é o principal fator a pesar sobre o retalho, numa altura em que os EUA enfrentam a taxa de inflação mais elevada dos últimos 40 anos.

Olhando para os mercados, o S&P 500 tem vindo a recuperar terreno desde meados de julho, regressando para níveis acima dos 4 mil pontos. Menção para a Uber, que apresentou um cash flow positivo no segundo trimestre pela primeira vez desde a criação da empresa e prevê lucros operacionais do terceiro trimestre acima das estimativas do mercado, apostando numa procura estável dos seus serviços. Em território europeu, o Stoxx 600 descreveu um movimento semelhante ao S&P 500 nas últimas semanas, renovando máximos de um mês acima dos 439 pontos. Um dos principais destaques foi o Deutsche Bank, que registou um lucro de 2,106 mil milhões de euros, representando o seu melhor primeiro semestre desde 2011, traduzindo um aumento de 31,6% face ao período homólogo. Já no segundo trimestre, os lucros subiram 51% para 1,1046 mil milhões de euros, bastante acima do esperado pelo mercado.

Em Portugal, o PSI continua em contraciclo com o resto da Europa, tendo perdido algum terreno. Ainda assim, o índice português permanece próximo dos máximos históricos atingidos em junho. Menção para a Ibersol, que assinou com a Restaurant Brands Iberia o contrato de compra e venda das duas empresas que operam os restaurantes Burger King em Portugal e Espanha, que resultará numa mais-valia na ordem de 160 milhões de euros. Destaque ainda para a Corticeira Amorim, tendo os seus lucros atingido os 48 milhões de euros no primeiro semestre, traduzindo-se numa subida de 20,6% face ao período homólogo.

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