Skip to main content

Empresas nacionais aceitam prazos de pagamento mais longos

Atrasos no pagamento das dívidas têm um alto impaco na liquidez de 63% das empresas nacionais questionadas pelo estudo da Intrum.

O ‘2018 Industry White Paper’ elaborado pela Intrum, empresa especializada na cobrança e gestão de créditos, concloui que as empresas portuguesas aceitam prazos de pagamento mais dilatados do que a média europeia
Este estudo da Intrum, a que o Jornal Económico teve acesso exclusivo, e que tem como objetivo compreender o comportamento de pagamento e a saúde financeira das empresas, em diferentes setores de atividade, e de que forma os atrasos de pagamento afetam o seu desenvolvimento, revela que todas as indústrias são afetadas negativamente por estes atrasos.
Em Portugal, o estudo analisou três setores de atividade: indústria, comércio grossista e retalho e transportes e logística. De acordo com o estudo, em todos os setores (80%) as empresas foram convidadas a aceitar condições de pagamento mais dilatadas do que seria razoável, valor este bastante superior à média europeia que se fica pelos 59%.
“Para além disso, em todos os setores, 64% das empresas portuguesas já aceitaram prazos de pagamento mais dilatadas do que seria razoável, valor este superior à média europeia que atingiu os 56%”, adianta um comunicado da Intrum.
O documento acrescenta que “o setor do comércio grossista e retalho revela que os problemas financeiros (76%) são a principal causa de atraso de pagamento dos seus próprios clientes”, destacando que esta é “uma percentagen superior à média europeia, que atinge os 62%”, mas, “ainda assim, inferior ao ano passado (93%)”.
“A medida mais comum tomada neste setor quando as empresas são questionadas a aceitar prazos de pagamento mais longos é a oferta de planos de pagamento – mais de metade (52%) das empresas portuguesas oferece esta opção aos seus clientes, valor superior à média europeia com 31%”, oberca o comunicado da Intrum.
Já no setor da indústria, os inquiridos destacaram, também, que a principal causa de atraso de pagamento dos seus próprios clientes são os problemas financeiros (70%). “Também neste setor as empresas portuguesas ultrapassam a média europeia, com 65%, embora inferior a 2017 (79%)”, avança a Intrum, acrescentando que “este setor destaca-se pelo facto de 76% das empresas portuguesas inquiridas referir nunca ter enviado as suas faturas pendentes para uma empresa de recuperação de crédito e cobranças, número mais elevado do que a média europeia que apresenta 48%”.
“Mais de metade das empresas portuguesas (63%) afirma que os atrasos de pagamento têm um alto impacto na liquidez – mais uma vez, um valor bastante superior à média europeia que apresenta uma percentagem de apenas 22%”, assinala o referido estudo.
Por sua vez, o setor dos transportes e logística tem sido muito afetado com os atrasos de pagamento, uma vez que, em média, os consumidores têm 25 dias de prazo de pagamento e pagam após 41 dias. “As empresas negoceiam o pagamento para 49 dias, mas pagam após 65 dias. No setor público, os atrasos neste setor são ainda mais alargados com o prazo de pagamento fixado nos 50 dias, mas que em média atinge os 79 dias para pagar”, anuncia o estudo em causa.
A nível europeu, o estudo da Intrum revela que, quando questionados sobre as principais causas dos atrasos de pagamento, 62% das empresas apontam as dificuldades financeiras e 48% o atraso de pagamento intencional como principais causas, valores estes que decresceram relativamente ao ano passado, quando se situavam em 66% e 55%, respetivamente.
A Intrum reclama ser a empresa líder na indústria de serviços de gestão de crédito, com presença em 24 mercados na Europa. Tem mais de oito mil profissionais que atendem cerca de 80.000 empresas em toda a Europa. Em 2017, a empresa gerou receitas estimadas no valor de 1.269 milhões de euros.
A Intrum tem a sua sede em Estocolmo, Suécia, e está cotada na bolsa Nasdaq de Estocolmo. Em Portugal, com presença física desde 1997, a Intrum tem mais de 220 colaboradores.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico