As empresas que utilizaram o software português PHC, entre 2014 e 2022, tiveram mais 10% de rentabilidade do que a média das restantes, de acordo com um estudo elaborado pela consultora Informa D&B a pedido da tecnológica. As principais conclusões da análise, avançadas ao Jornal Económico (JE) serão divulgadas esta quinta-feira no evento Open Minds 2024.
“Significa que o nosso resultado é positivo para a economia. Esse tem sido sempre um dos objetivos da PHC. Acreditamos que a melhor gestão traz pessoas mais felizes. Acima de tudo, quem faz este trabalho é a nossa rede de parceiros, que está no dia a dia implementar e a trazer as boas práticas para as empresas, para que sejam mais bem geridas”, disse ao JE o CEO da PHC Software.
Ricardo Parreira afirma que há três áreas em destaque no encontro deste ano: Inteligência Artificial (IA), cloud (armazenamento na nuvem) e gestão financeira. Em relação à IA, a ideia a apresentar casos práticos e a terceira versão da assistente virtual Cris, lançada em setembro e integrada no software de gestão desenvolvido pela PHC. Já há uma centena de empresas que aderiram a este robô construído com os fundamentos do ChatGPT (Azure).
A tecnológica vai também divulgar os resultados de um desafio que lançou às organizações com as quais trabalha (e que distribuem e instalam o software noutras empresas) para apresentarem “ideias fora da caixa” de utilização de IA generativa. Uma espécie de “consulta pública” para perceber as ambições dos empresários portugueses em relação aos algoritmos que Elon Musk acha que vão superar a mente humana já em 2025.
“A maior parte das empresas ainda está nesta fase de descoberta, como nós. Onde é que podemos aproveitar? Principalmente as PME, vivem a de sempre com um pensamento muito operacional: «Sempre fiz as coisas assim». Esta nova tecnologia é uma mudança bastante radical, portanto há umas que vão aproveitar e ficar à frente e outras vão ver o que dá e depois logo apanham esse comboio”, admite o CEO da PHC.
Inteligência Artificial ao serviço da gestão e a adivinhar tesouraria
Esses algoritmos estão também a ser integrados na gestão financeira das empresas. A PHC construiu um sistema à base de IA para projetar quanto dinheiro é que os empresários terão disponível no curto prazo. Na prática, analisa o histórico empresarial (quanto é que se costuma receber e quais os valores a pagar) e depois faz uma projeção de tesouraria (saldos bancários) para dali a três meses. “Com pouco trabalho, qualquer empresa vai poder saber se tem de ter cuidado com os seus saldos, se vai ter excedente para aplicar…”, afirma Ricardo Parreira.
Quanto aos desenvolvimentos do ERP nativo na cloud, foi criado um sistema de Business Process management (BPM) – ou sistema para gerir fluxos de trabalho – que permite aos clientes desenharem um fluxograma, clicarem num botão e aplicarem-no automaticamente no software. “Vai permitir às empresas criarem fluxos de trabalho que, muitas vezes, são verbais, manuais ou através email, Teams ou mensagem dentro do sistema para conseguirem consistência e profissionalismo”, esclareceu o especialista ao JE.
Neste Open Minds, que está de regresso ao Europarque, em Santa Maria da Feira, estarão cerca de mil pessoas em representação de aproximadamente 260 empresas parceiras da PHC. “Acho que vai ser absolutamente histórico, porque já não reunimos [fora da sede] a nossa comunidade de parceiros desde 2019. Na pandemia reunimos digitalmente e, nos últimos dois anos, com livestream e uma pequena parte aqui presencial”, destaca.