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DPD Portugal faz balanço "positivo" do melhor ano de sempre e estima "crescimento" em 2024

O CEO da empresa de logística DPD Portugal, Olivier Estabelet, sublinhou, em entrevista ao JE, que a inflação impactou o sector, de tal modo que três em cada quatro consumidores tem no preço o principal fator de decisão antes de fazer compras online.

Com a inflação a fazer cada vez mais pressão sobre os consumidores portugueses (em linha com o que acontece noutros países) e o e-commerce não escapa à tendência. Prova disso é que três em cada quatro consumidores portugueses avalia o preço dos produtos antes de qualquer outro fator, quando procura por um produto.

A estatística está entre os dados levantados pela empresa de logística DPD, que divulgou um barómetro referente a 2023 em que conclui que 76% dos portugueses que fizeram compras online em 2023 consideraram o preço de uma eventual compra como sendo mais determinante do qualquer outra variável.

Em entrevista ao Jornal Económico (JE), o CEO da DPD Portugal, Olivier Estabelet, assinalou que a incerteza económica, associada à volatilidade dos preços, constituiu provavelmente a maior barreira aos consumidores em 2023. Em simultâneo, refere que aquele foi um ano "difícil", mas salienta que foi "positivo" para a marca.

A DPD Portugal pertence ao grupo Geopost e transporta encomendas feitas em formato digital, do vendedor para o comprador. Registou em 2023 um aumento de 10,4% ao nível das receitas, em termos homólogos, para um total de 101 milhões de euros. O valor alcançado faz deste o melhor ano de sempre da empresa em território nacional.

O responsável sublinha a tendência de crescimento ao nível dos números de compras e vendas pela internet e destaca o crescimento ao nível das encomendas em B2C (de uma loja para o consumidor), assim como no que diz respeito ao comércio C2C (vendas em segunda mão).

Em termos de vendas B2C, houve um aumento de 10%. Neste âmbito, sobressai a subida do total de entregas para pontos de recolha fora dos domicílios próprios, 27% acima do registado em 2022 (por oposição às entregas ao domicílio, que subiram 1% em termos homólogos).

De acordo com o responsável, aquela modalidade é parte incontornável do "futuro do e-commerce", tanto em Portugal como à escala global. Isto porque, refere, é notório que as pessoas dão cada vez mais "preferência" por esta opção. De referir que esta opção engloba, por exemplo, as entregas em locais definidos pela empresa, assim como nos lockers (cacifos inteligentes), que são aposta de várias empresas que apostam nesta área.

Por outro lado, ao nível das encomendas C2C, três em cada cinco inquiridos (60%) portugueses indica que já utilizou plataformas deste âmbito, o que corresponde a um aumento em termos homólogos, ainda que os números continuem abaixo da média europeia (72%). Ainda assim, quase metade (48%) dos utilizadores compram com regularidade neste tipo de plataformas e a média, entre estes, aponta para 11 encomendas (mais 3 do que nos países europeus) online em 2023.

Fatores como o preço dos 'portes' e a maior "sustentabilidade" ao nível do transporte das mercadorias (já que um número múltiplo de entregas é feito num só local) figuram como determinantes para esta escolha da parte dos consumidores, explica.

O CEO da DPD Portugal salienta que os números deixam boas indicações e, nesse sentido, fala em boas perspetivas para o e-commerce em 2024 e salienta que tem a expetativa de assistir a um "crescimento importante" do sector.